segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Raios globulares – Parte III – Um caso de raios em bola em Rondônia

Nos artigos anteriores falamos do fenômeno dos raios globulares, ou raios em bola e da sua ocorrência em diversas partes do mundo. Nesta parte tratarei de um caso específico ocorrido no Brasil em 2007. Nesse período a cidade de Cacoal, no interior de Rondônia, foi atingida por um raio em bola, deixando os moradores locais intrigados e confusos com o raro fenômeno atmosférico.

(Fonte: comunidadearea51)


De acordo com testemunhas locais, chovia bastante no momento em que o fato foi registrado. Os habitantes de Cacoal ficaram amedrontados quando surgiu no céu uma série de objetos luminosos que sobrevoavam a cidade de forma aleatória. Muitos pensaram se tratar de um ataque extraterrestre ou algo parecido, outros de que eram satélites se desintegrando sobre a atmosfera de Rondônia e, teve até quem pensasse que o fenômeno era na verdade o fim do mundo. Além disso, algumas testemunhas afirmaram ter visto um meteoro rasgando o céu durante a chuva.

(Fonte: apolo11)


A aparição das bolas de luz foi seguida de um violento estrondo que teria sido causado pela queda de um objeto de grandes proporções na área rural da cidade. Quando foram averiguar o local onde teria ocorrido o impacto, descobriram um enorme buraco que se abriu no chão, além de árvores retorcidas e troncos partidos ao redor e muitas árvores arrancadas do solo em um raio superior a 150 metros.

(Fonte: apolo11)


Em relação a esse misterioso buraco, apesar de várias pessoas terem visitado a área, não foi encontrado indício algum de que realmente um objeto possa ter colidido com a superfície. Não encontraram nenhum tipo de fragmento rochoso, metálico ou de outras naturezas nas proximidades, nem rastros ou poeira de compactação, odor ou coloração diferente do solo, nada além de árvores caídas e parte de um barranco rachado pelo tamanho da força do possível impacto.
A teoria da queda de um meteoro em Cacoal foi descartada, pois não houve indícios suficientes no local do buraco formado para sustentar essa hipótese. A reentrada de algum satélite também é praticamente nula, já que os diversos órgãos espaciais consultados não receberam qualquer informação de rastreio e muito menos previsão de que algum satélite entraria na atmosfera naquele dia. Nenhum satélite ou sonda espacial captou algo que pudesse interferir até mesmo na comunicação local.
O mais curioso é que essa não é a primeira vez que o Estado de Rondônia é atingido por um raio globular...
No dia 23 de março de 2006, um outro objeto luminoso também foi visto caindo do céu como uma grande bola de fogo, em uma propriedade na zona rural do município de Monte Negro, centro-norte do Estado, a cerca de 248 km da capital Porto Velho. Naquela ocasião os estragos foram largamente maiores que o evento recente, quando foram registradas 64 cabeças de gado mortas instantaneamente após a queda súbita do chamado raio em bola.

Gados atingidos por um raio globular (Fonte: apolo11)


Após alguns meses um outro evento atingiu novamente o interior de Rondônia, desta vez na zona rural do município de Vale do Paraíso, no centro-leste do Estado. Ali morreram mais 18 cabeças de gado, atingidas por uma forte descarga elétrica. Ali o solo apresentou as mesmas características observas em Cacoal, com enormes fendas no chão e um vasto número de árvores dilaceradas pela força do impacto.

(Fonte: seboeacervo)


Como se trata de um fenômeno raro e do qual a população geralmente desconhece, é comum que os raios globulares sejam confundidos com OVNIS ou fenômenos paranormais. Como já foi dito nos artigos anteriores, este fenômeno é caracterizado por parecer uma bola brilhante e é formado pelo gás atmosférico ionizado – por isso é mais comum ser visto após um relâmpago – e devido a sua instabilidade sobrevive por alguns segundos somente. Possui um movimento aleatório, cor vermelho-alaranjada, produz som que varia de intensidade (eventualmente alto). Além de interferir nas emissões de rádio e às vezes deixar rastro no chão é de certa forma perigoso pois pode provocar curto circuito, queimaduras e até mesmo explodir. Durante muito tempo o fenômeno foi estudado e, recentemente, dois químicos neozeolandeses consideraram que o fenômeno ocorre devido a nanopartículas de silício que interagem com o calor. Muitos relatos sobre o fenômeno levam a crer que ocorre em baixas altitudes e que os raios bola podem atravessar janelas, portanto cuidado para que em tempos de chuva não seja surpreendido por um raio bola e sofra queimaduras, nem confunda o fenômeno natural com algum fenômeno paranormal.



Raios Globulares - Parte I – Uma possível explicação para os avistamentos de OVNIs


Raios Globulares – Parte II - A teoria de Hugues

 

Raios Globulares – Parte IV – Reprodução de raios-bola em laboratório

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