segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A Síndrome de Koro: O dia em que meu peru sumiu!

Imagine que num certo dia você esteja num bar com amigos bebendo dezenas de latas de cerveja. É natural que mais cedo ou mais tarde vá lhe bater aquele aperto forte e a necessidade imediata de esvaziar a bexiga. Você vai correndo até o banheiro e despeja ‘litros’ no mictório. Depois de passado o alívio você percebe que algo estranho está acontecendo. Seu ‘peru’ parece estar reduzindo de tamanho até chegar num ponto onde ele desaparece por completo. Você fica louco, desesperado e não sabe se você corre para um hospital ou se mata logo. Eis a Síndrome de Koro.


Cadê o meu peru? (Fonte: entretenimento.r7)

Também conhecida como Síndrome da Redução Genital, Síndrome de Jinji Bemar e Síndrome de Suk Yeong, ela se caracteriza pelo medo obsessivo e ansiedade intensa diante da retração natural do pênis (no caso dos homens) ou da vulva e dos mamilos (no caso das mulheres). Porém, o medo de ver seus órgãos retraindo-se não é o problema, e sim a crença de que esta redução prosseguirá até que os órgãos desapareçam e o indivíduo morra (no caso dos asiáticos) ou que seu pênis seja simplesmente furtado (no caso dos africanos). Então, no caso de um homem que seja portador dessa síndrome, o seu órgão sexual continuará retraindo até desaparecer, penetrando de volta na cavidade abdominal e ocasionando o óbito do sujeito (por ter sido perfurado pelo próprio pênis!).
A palavra Koro é de origem malaia e significa cabeça de tartaruga (uma clara referência à habilidade da tartaruga ser capaz de retrair sua cabeça para dentro do casco, fazendo com que ela desapareça completamente). E é justamente isso que o acometido pela Síndrome de Koro sente. Entretanto, não existe nenhuma evidência biomédica ou etiologia da doença, logo o problema parece tratar-se na verdade de uma paranóia ou histeria de origem cultural, sendo que, a maioria dos casos registrados é originária da Ásia e da África. Na Malásia e no Sul da China, onde muitos casos já foram registrados, o problema é conhecido como yang sou e parece ter outra característica peculiar: é contagioso! Mas não no sentido de se transmitir via oral, ou pela relação sexual, e sim pela contaminação da obsessão em outros indivíduos, causando uma espécie de histeria coletiva.


(Fonte: bigodedegato)

Os primeiros registros dessa síndrome datam de 1880, em 3 publicações: uma americana, uma russa e outra inglesa. Vejamos alguns exemplos de episódios de Koro pelo mundo:
- Em 1908, um relatório francês descreveu alguns casos de retração genital, em epidemias ocorridas na China. Entretanto as descrições de Koro entrariam para os livros clínicos da medicina Ocidental apenas em 1936. Em 1950 a síndrome é anotada e psiquiatria e diagnóstico nosológico;
-Um dos episódios mais peculiares envolvendo esta síndrome ocorreu em Cingapura, em 1967, durante dez dias, quando centros de saúde locais foram invadidos por centenas de homens que acreditavam que seus pênis estavam sumindo. Jornais locais inicialmente relataram que algumas pessoas desenvolveram Koro após ingerirem carne suína inoculada com vacina  antigripe suína. Os rumores relativos ao fato do Koro ser transmitido por carne de porco se deram após um relatório que dizia que um porco tinha morrido de retração peniana. Os casos notificados foram ao todo 97 em uma única unidade hospitalar no mesmo dia, cinco dias após a notícia original. No fim, o Governo e os médicos aliviaram a população por meio da mídia;

(Fonte: biogalera)

- No ano de 1976, um surto epidêmico no norte da Tailândia causou pelo menos 350 casos da síndrome, sendo que a maioria em homens. Dessa vez o surto, acreditou-se, foi causado pela comida vietnamita  e por tabaco envenenado, durante um ataque hediondo contra o povo tailandês;
- Em 1982, um episódio da epidemia de Koro abateu-se sobre o norte da Índia, atingindo as camadas mais pobres da região. Não foi registrada nenhuma evidência de psicopatologia pré-mórbida significativa ou sexual na maioria dos casos;
- No final de 1996 em alguns países do oeste da África houve um relato de uma epidemia de redução genital. As vítimas acreditavam que tiveram seus órgãos roubados por alguém com quem tiveram algum contato. Essa ideologia se dava pela crença ocultista local, a ‘feitiçaria de juju’, onde esses órgãos eram usados para alimentar o que eles chama de organismo espiritual. A epidemia começou na Nigéria e em Camarões e espalhou-se para Gana, Costa do Marfim e Senegal, em 1997;


(Fonte: pt.wikinoticia)

- Nessa mesma época, em Benin, foram notificados alguns casos de quadrilhas que atacavam indivíduos acusados de roubo de pênis, sendo necessária a intervenção das forças de segurança para coibir a violência.
- O único caso registrado no Brasil foi de um homem que tentou se matar com duas facadas no abdômen, enquanto afirmava que seu pênis estava entrando para dentro do corpo. O registro foi feito pelo Instituto de Psiquiatria da USP.
Agora vamos tentar entender o que se passa na cabeça de um sujeito com esse problema. Como o cara pode imaginar que o ‘peru’ dele desapareceu se ele ainda continua lá diante dos olhos dele? Existem fatores que predispõe o indivíduo a acreditar nisso:

Exposição ao frio

É sabido que no frio os genitais, assim como os mamilos tendem a estarem mais retraídos que o normal dando a impressão de que deu uma encolhida. Logo, o cara, num ambiente frio, ao abaixar as calças e ver somente o ‘cotoco de fora’, pode acreditar que seu pênis possa estar desaparecendo de verdade.

Coito Excessivo

Bom, essa eu não consegui imaginar a relação com a redução dos genitais. Imagino que a neura surja após a diminuição de circulação de sangue no órgão, fazendo com que ele reduza para o seu tamanho normal.

Conflitos Interpessoais

Um relacionamento instável, com muitas reclamações sobre o desempenho sexual e o tamanho do órgão genital seria um bom exemplo.

Pressões Sócio-culturais

Aqui temos a necessidade de se encaixar nos padrões exigidos pela sociedade. Grande parte dos homens não está muito satisfeita com o tamanho de seu órgão genital e gostaria de aumentar alguns centímetros a mais. Mesmo sabendo que o desempenho é que faz a diferença, não ter um pênis tão grande quanto o daquele ator pornô bagaceiro pode trazer alguns traumas durante a interação sexual de uma pessoa com outra.


(Fonte: matutando2)

Na tentativa de resolver o problema, muitos apelam para medidas nada ortodoxas como amarrar o pênis com um cordão, prender uma caixa de madeira em torno do pênis, colocar talas, usar remédios fitoterápicos ou puxar com bastante força para evitar que o órgão não diminua.
            O tratamento geralmente apresenta remissão, sendo raramente de curso crônico. Entretanto, é preciso ressaltar que, principalmente em casos em que a síndrome está ligada a alguma psicopatologia, como transtornos psicóticos, o portador da síndrome deve ser acompanhado por psiquiatras, pois ao tentar resolver o problema sozinho, ele pode acabar incorrendo em amputações ou outros acidentes graves.
Assim,  se um dia você acreditar que seu pênis está sumindo do seu corpo ou te perfurando por dentro, fique relaxado, pois não passa apenas de mais uma bizarra alucinação causada por uma dessas síndromes incomuns.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Refrigerantes de maconha – O barato do momento!

A maconha é hoje uma das drogas ilícitas mais utilizadas no mundo. Ela foi, durante muitos anos, considerada legal, mas por volta do século XX passou a ser taxada de ilícita em muitos países, inclusive o Brasil. Ainda assim existem países onde a maconha é legalizada e alguns outros onde é comercializada unicamente como remédio (seja no controle de dores em pacientes ou no tratamento de outras doenças). Atualmente, uma das grandes problemáticas da maconha tem sido o combate ao tráfico dessa droga e a proliferação de dependentes químicos, porém, como se não bastasse a substância da planta cannabis ser consumida fumando-a, agora existe também a opção de consumir maconha em forma de bebida!

Refrigerantes a base de maconha (Fonte: folha.uol)
Na verdade, essa história já não é mais novidade. Em 2008, na Holanda, célebre por ter uma das legislações mais liberais do mundo, foi lançado por duas empresas de bebidas de Amsterdã dois licores a base de maconha, o Squeeze Hennep e o Kierewiet, durante uma feira internacional de Horecava. A bebida foi distribuída a partir do mês de janeiro daquele ano e possuía cerca de 14,5 de álcool. Não é preciso dizer que foi um sucesso por lá, mesmo diante do protesto daqueles que defendem que, se a bebida alcoólica em geral, como destilados e cervejas são de consumo livre e já viciam podendo levar à morte e a outros problemas sociais como a violência doméstica, o que dizer do poder do álcool associado ao da maconha?


Licor holandês de maconha (Fonte: asnovidades)

Porém, na contramão desses protestos eis que surge hoje um empresário norte-americano conhecido como Clay Butler, que tinha em mente faturar alto ao tentar popularizar ainda mais o uso de maconha em bebidas. Foi assim que ele teve a idéia de conceber refrigerantes de maconha. A bebida que atende pelo nome de Canna Cola deverá estar disponível nas lojas do Estado americano do Colorado em fevereiro desse ano. Cada garrafa custará o preço  de 10 a 15 dólares e terá entre 35 e 65 miligramas de THC (tetrahidrocanabinol), o principal ingrediente psicoativo do cannabis, o mesmo gênero botânico utilizado para a produção de haxixe e maconha.


Publicidade do Canna Cola (Fonte: tahemushlegalize)
            
Os efeitos causados pelo consumo da maconha são bastante variáveis e estão diretamente ligados à intensidade da dose utilizada, da concentração de THC na erva consumida e da reação do organismo do consumidor com a presença da droga. No caso da bebida criada por Clay Butler, ele afirma que a dose de THC presente em sua bebida é insignificante, se for comparada a algumas concorrentes que possuem até três vezes mais a presença da substância em suas bebidas. Logo, se a quantidade de THC extrapolasse esse limite aí sim poderia ser considerado nocivo para uma pessoa consumir. Ele ainda justifica que nunca fumou maconha e elaborou o produto por crer que os adultos têm o direito de pensar, comer, fumar, ingerir ou vestirem o que quiserem.

Além do sabor de cola, o empresário pretende lançar simultaneamente ao Canna Cola, outros sabores de refrigerantes a base de maconha. São eles: o de limão chamado "Sour Diesel", o de uva de nome "Grape Ape", o de laranja "Orange Kush" e, por fim, o inspirado na popular bebida Dr. Pepper, o "Doc Weed". Todos esses refrigerantes serão comercializados pela empresa dirigida por Scott Riddell, que afirma que os níveis de THC na Canna Cola serão bem menores do que o de outras bebidas do mesmo tipo, como os já citados licores holandeses, e terá no organismo um efeito similar ao de uma cerveja suave.

Servindo um drink de Squeeze Hennep (fonte: profze)


A grande questão é saber se, na prática, os efeitos causados no usuário da bebida serão os mesmos descritos pelos seus criadores, seja isso a curto, médio e longo prazo. Eu não estranharia se brevemente encontrar por aqui essas bebidas, durante uma visita a um barzinho. É esperar pra ver.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O Mandilion Sagrado de Edessa - Uma história de Jesus que a Bíblia não contou

Nos tempos de Jesus existia uma cidade cosmopolita conhecida como Edessa, onde se desenvolveram algumas comunidades cristãs. Ela se localizava no norte da Mesopotâmia, num lugar onde atualmente se situa a Urfa, no Sudeste da Anatólia, Turquia. Uma certa vez, o rei Abgar V, de Edessa, tinha ouvido falar num certo Jesus Cristo que era conhecido por seus milagres e resolveu escrever uma carta a ele pedindo que o visitasse para curar-lhe da lepra. Em resposta, Jesus teria dito que não poderia se encontrar com o rei, mas que brevemente mandaria um discípulo em seu lugar. E foi o que aconteceu, um de seus discípulos,  Judas Tadeu (Addai), teria levado palavras de Jesus até o rei enfermo e o curado milagrosamente. O primeiro relato dessa história se deu no início do século IV, por Eusébio de Cesaréia e assim começava uma história de Jesus que não foi relatada na bíblia.


O encontro de Judas Tadeu com o rei Abgar V (Fonte: flickr)

Em 384 d.C. uma escritora chamada Egeria, originária provavelmente da Galécia, uma província romana nas ribeiras mais afastadas do oceano ocidental, tinha como principal característica a quantidade de viagens que fazia por toda a Europa e Oriente Médio durante suas peregrinações em busca de novas experiências que ela costumava relatar em seus livros. Em uma dessas viagens, em especial, Egeria foi parar em Edessa, onde conheceu o bispo local que lhe ofereceu fantásticos relatos a respeito do livramento de  Edessa das mãos dos persas. Além disso o bispo teria dado a honra da escritora ser a primeira a analisar as transcrições das correspondências trocadas por Abgar e Jesus. Egeria foi levada até um portão onde um mensageiro conhecido como Ananias (que foi responsável pela entrega da carta de Abgar a Jesus) a esperava com as cartas que o bispo havia comentado e, assim, durante três dias a escritora estudou as transcrições e, também,  a cultura da cidade e das redondezas antes de partir novamente em peregrinação. O resultado disso pôde ser confirmado em parte dos relatos que ela fez de suas viagens, que foram enviados por carta ao seu convento e sobreviveram com o tempo.


Uma pesquisa com dados e ilustração de Egeria (Fonte: disseminary)

Logo mais tarde, no ano 400 d.C., a história do contato de Jesus com o rei Abgar V ressurgiu num manuscrito sírio denominado Doutrina de Addai, que adiciona nessa história um pintor que o rei Abgar V teria enviado até Jesus para que fosse pintado um retrato do messias. Este retrato teria sido então levado até o rei que o recebeu com muita alegria, o guardando em um de seus palácios reais.


Uma pintura de Edessa sendo encontrada em 544 d.C. (Fonte: shroudodofturin4jornalists)

No início do século VI, um documento posterior denominado “Atos do Santo Apóstolo Tadeu” sugeriu que, na verdade, a imagem de Jesus não teria sido concebida por um pintor enviado por Abgar e sim pelo próprio Jesus Cristo ao enxugar o rosto numa toalha, no momento em que surgia diante dele o emissário do rei de Edessa. Jesus teria então entregado a toalha onde estava impressa a sua ‘imagem sagrada’ e dito a Ananias que não poderia visitar o rei no momento pois precisava terminar sua missão, em virtude da Páscoa, e mandaria um de seus apóstolos para Edessa posteriormente . Judas Tadeu foi então o escolhido para pregar o evangelho aos pagãos daquela região e ficou responsável de entregar ao rei de Edessa a toalha com a face de Jesus impressa. Ao receber a toalha das mãos de Tadeu, Abgar ficou curado da lepra e decidiu guardar a imagem de Jesus em um local de destaque no palácio.


Santa Face de São Silvestre. Provavelmente uma cópia do Mandilion original (Fonte: semfronteirasparaosagrado)

Uma representação do Mandilion de 1.100 d.C., de Novgorod (Fonte: ateliersantacruz)

Essa imagem de Jesus ficou conhecida pela igreja ortodoxa como Mandilion Sagrado e foi e ainda é usado como a principal fonte de inspiração para toda a iconografia da sagrada face de Jesus, tanto no Oriente como no Ocidente cristão. Existem muitas pesquisas sérias em relação ao Mandilion Sagrado, como os amplos trabalhos de pesquisa feitos em 1970 pelo especialista em assuntos do Vaticano, Corrado Pallenberg. Em um de seus relatórios consta a descoberta de uma biblioteca do início da era cristã, durante escavações no sul da Turquia, feitas por arqueólogos ingleses e franceses. Nessa biblioteca foram encontrados, entre outros textos, fragmentos da carta do escrivão Labubna, relatando as viagens de Ananias, secretário do rei Abgar V, que reinou do ano 13 ao 50 d.C. em Edessa.
O tal documento descoberto dizia o seguinte:

“Abgar, toparca da cidade de Edessa, a Jesus Cristo, o excelente médico que surgiu em Jerusalém, salve!
Ouvi falar de ti e das curas que realizas sem remédios. Contam efetivamente que fazes os cegos ver, os coxos andar, que purificas os leprosos, expulsas os demônios e os espíritos imundos, curas os oprimidos por longas doenças e ressuscitas os mortos. Tendo ouvido falar de ti tudo isso, veio-me a convicção de duas coisas: ou que és Filho daquele Deus que realiza estas coisas, ou que és o próprio Deus. Por isso escrevi-te pedindo que venhas a mim e me cures da doença que me aflige e venhas morar junto a mim. Com efeito, ouvi dizer que os judeus murmuram contra ti e te querem fazer mal. Minha cidade é muito pequena, é verdade, mas honrada e bastará aos dois para nela vivermos em paz.” (GHARIB, Os Ícones de Cristo, p.43)


Mandilion junto a uma lanterna fazendo alusão à época em que foi emparedado (Fonte: christthesaviour)

No início do século XX descobriram que a milagrosa imagem de Jesus teria sido deslocada para a Igreja de São Bartolomeu dos Armênios, em Gênova, Itália, e toda a documentação relativa ao Mandilion Sagrado se encontra atualmente na Biblioteca Nacional de Paris, no Museu Britânico de Londres e nos Arquivos Imperiais de São Petersburgo. Mas até a imagem de Jesus ser guardada definitivamente na igreja de Gênova ela teria passado ainda por diversos locais diferentes, em virtude de invasões de povos estrangeiros na cidade de Edessa, que teriam acontecido numa fase posterior à história de Jesus e Abgar.
Inicialmente, o rei de Edessa ordenou que o Mandilion fosse colocado em um nicho da Porta Principal da cidade de Edessa, onde havia anteriormente uma estátua pagã. Dessa forma, a imagem de Jesus poderia ser vista e venerada por todos.
Em 57 d.C. um dos sucessores de Abgar, seu neto Ma’nu, reverteu novamente a cidade para o paganismo e o bispo da cidade decidiu emparedar o Mandilion junto com uma lanterna brilhante por trás de um azulejo, para protegê-lo. Um bom tempo depois, durante uma invasão persa, o atual bispo de Edessa, Evlávio, teria tido uma revelação e mandou quebrarem a parede. Lá encontrou o Mandilion e uma réplica impressa numa cerâmica, além da lanterna que diziam ainda brilhar diante do tecido.
No período de 775 a 780 d.C. explodiu a luta iconoclasta, sob o governo de Leão IV, onde o império Bizâncio reivindicava a restauração do culto das imagens, que na época estavam sendo perseguidas e destruídas pelos militares islâmicos que consideravam os ícones proibidos e contra  a sua religião. Nessa época a imagem sagrada de Edessa voltou à pauta na questão dos ícones santos graças a uma referência feita a ela pelo papa Gregório II.


Abgar e a imagem de Edessa (Fonte: crc-internet)

Em  944 d.C. o imperador de Bizâncio recebeu o Mandilion do Emir de Edessa.
Em seguida, em 956 d.C., a relíquia recebeu uma moldura em ouro e permaneceu em Constantinopla até o ano de 1362 d.C., graças aos eventos que sucederam após o término da luta iconoclasta, onde a Igreja Bizantina passou a procurar todas as imagens de Cristo, principalmente as achiropitas, restando somente a edessana, que ficou na cidade depois de várias cerimônias para sua entronização na Igreja Santa Maria Mãe de Deus, anexa ao palácio imperial.
Mais ou menos nesta mesma época o genovês Leonardo Montaudo, após uma batalha contra os turcos, conseguiu reconquistar antigas possessões genovesas e salvar ilhas gregas, as quais devolveu ao imperador João V de Bizâncio. Em gratidão, Leonardo recebeu a imagem de Edessa e outras relíquias das mãos do imperador. Quando Leonardo se torna duque de Gênova, faz a doação da Santa Imagem à Igreja de São Bartolomeu dos Armênios.
Em 1507, a imagem é roubada por um mercenário francês e é levada à Paris e oferecida ao rei Luís XII. Com esse fato, depois de uma grande rebelião popular, o senado genovês consegue a devolução da obra.
Ainda em 1940 a 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, a imagem edessana correu perigo devido a um bombardeio ao convento onde se encontrava abrigada na época.
Todas esses relatos puderam ser comprovados após análises feitas nos pigmentos do Mandilion utilizando o carbono 14. Tal análise apontou pigmentos dessas diferentes épocas, onde a relíquia era retocada ou restaurada.
No fim das contas, o Mandilion Sagrado de Edessa surge como a resposta para a grande maioria das representações de Cristo, representado ora imberbe, apolíneo, adolescente, das catacumbas e sarcófagos do princípio da era cristã em Roma (Emanuel), ora com os cabelos longos, barbado e adulto no Oriente (Pantocrátor, por exemplo), levando em conta que em algumas épocas não havia a preocupação com a representação realista do Senhor, já em outras era uma característica obrigatória nas representações de Jesus.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Monumentos Malucos

Muitas cidades no mundo são conhecidas por ostentarem algum monumento inusitado, fora do comum. Frutos das mentes insanas de seus criadores, esses monumentos chamam atenção pela criatividade com que foram concebidos. Vamos a alguns exemplos:


Em frente do Museu de Bukcheon em Seul, Coréia do Sul (Fonte: oddee)

Quem se arrisca a sentar nesse banco que está sendo engolido por esses dois sujeitos estranhos? Essa escultura é conhecida como Ku Bom Ju.

Em frente ao Ernest & Young Building, Los Angeles (Fonte:oddee)

Esse empresário enfiou a cabeça na parede literalmente...


Em uma esquina de Salt Lake City (Fonte: oddee)

Uma mãe brinca descontraidamente com a filha em uma rua de Salt Lake City em Utah, EUA.


Parque Aquático de Cádis, Espanha (Fonte: oddee)
A torneira mágica de Aqualand parece flutuar no ar enquanto derrama água incessantemente sobre uma fonte. O Segredo está num cano escondido pela água da torneira que sustenta o monumento no alto.


Vache Fondante, Budapeste, Hungria (Fonte: agorajasabe)

Essa vaca parece ter sido feita de massa de modelar e atirada de um prédio qualquer, se espatifando no chão...


Charles La Trobe, Melbourne, Austrália (Fonte: oddee)

Essa contemporânea representação de Charles La Trobe, um vice-governador de colônia de Victoria, que hoje é um Estado da Austrália, foi instalada originalmente no centro de Melbourne, mas em junho de 2006 foi retirada de lá e adquirida pela Universidade de La Trobe.


Gigante de Luxemburgo (Fonte: agorajasabe)

O homem mais alto do mundo não chega nem aos pés desse sujeito compridão, ou melhor não chega na cintura, hehe.


Kanazawa, Japão (Fonte: agorajasabe)
No momento em que esta foto foi tirada, essa escultura conhecida como Kanazawa ainda se encontrava no Japão, hoje em dia pode estar correndo por qualquer outro canto do mundo.

Estátua em Oslo, Noruega (Fonte:oddee)

A dúvida que fica é quem está atacando quem? As crianças atacam o adulto ou o adulto ataca as crianças?


Mulher submersa, Estocolmo, Suécia (Fonte: agorajasabe)

Uma interessante estátua que me lembra a lenda de escalibur, por alguma razão...


Escultura "O Dedo" (Fonte: agorajasabe)

Um dedo emergente da terra numa praça de Paris.


Uma mulher emerge do chão em Santa Fé, México (Fonte: oddee)
Para concluir, que tal uma foto com uma mulher nua que emerge do chão como se fosse água?

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Esquadrilha da Aeronáutica Brasileira VERSUS aranhas paraquedistas

Jânio Quadros pode ser considerado um dos maiores expoentes do período populista do Brasil. Sua carreira política era caracterizada pelas aparições apelativas em público, onde ele forçava uma imagem de líder carismático das massas. Sua campanha presidencial tinha como símbolo a vassoura, que significava a moralização do cenário político nacional e a varredura da corrupção do país. No entanto, durante sua permanência no país como presidente, muitas de suas ações polêmicas acabaram por criar situações nebulosas entre os períodos de 31 de janeiro de 1961 e 25 de agosto de 1961: Ele reduziu a concessão de crédito e congelou o salário mínimo para superar o problema da inflação e o visível déficit público; ignorou os ditames da ordem bipolar em tempos de Guerra Fria e retomou relações com a União Soviética, mesmo mantendo uma postura política mais capitalista, e ainda recusou um encontro marcado com John Kennedy, atual presidente dos Estados Unidos na época; enviou o vice-presidente João Goulart em missão diplomática na China para estabelecer acordos de cooperação comercial.


(Fonte: meupapeldeparedegratis)

Fora isso Jânio ainda aprontou algumas peripécias mais sem noção: proibiu a realização de desfiles de biquíni, proibiu a realização de rinhas de galo, limitou as corridas de cavalo para os fins de semana e proibiu o uso de lança-perfume. Enquanto isso os problemas principais do país como educação e saúde eram deixados de lado, o que, conseqüentemente, reduziu drasticamente a aceitação de Jânio pela população. Agora dentre essas peripécias, uma merece um destaque especial por ter concebido umas das histórias mais inusitadas do governo brasileiro: o dia em que as forças aéreas foram convocadas para combater um exército de aranhas!


Jânio Quadros e o símbolo do seu governo (Fonte: brasilescola)

Mas calma lá, não se tratavam de aranhas monstruosamente gigantes, como naquele filme “A Invasão das Aranhas Gigantes”, de 1975, e sim de aranhas minúsculas que nem mortalmente venenosas eram. O caso aconteceu em julho de 1961, num recanto da baía de Guanabara. Na época era sabido que nessa região havia surgido um surto de aranhas da espécie de Latrodectus curacaviensis, conhecida popularmente como ‘flamenguinha’, por ser minúscula e conter listras pretas e vermelhas em seu abdômen. Numa época onde o mundo não era globalizado e nem tinha Internet, o que a massa popular sabia a respeito de aranhas eram que todos deviam evitá-las ao máximo para não ser picados e morrerem por causa do veneno mortal (como se todas as espécies de aranhas contivesse o tal veneno letal). O medo dessa ‘praga’ se espalhar para a cidade fez com que o então presidente Jânio Quadros anunciasse guerra contra os aracnídeos! Logo, ao invés de simplesmente usar algum pesticida ou algo semelhante, o presidente achou mais interessante atacar com aviões de guerra...


Força Aérea Brasileira (Fonte: noticias.cancaonova)

1º ROUND: Esquadrilha da Aeronáutica Brasileira WINS!

O negócio foi tão sério que o governo de Jânio convocou uma esquadrilha da Força Aérea Brasileira para dar cabo dos monstrinhos. Essa esquadrilha decolou da Base de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, durante uma manhã de sol e partiram para o recanto da baía de Guanabara, na zona norte da cidade, para combater a infestação de flamenguinhas. Os jatos estavam fortemente equipados com bombas incendiárias e transformaram o local num inferno em chamas que cobriu boa parte da região onde se proliferavam as aranhas. Como se não bastasse, um grupo de soldados da Base aérea do Galeão foi ao local destruído, encharcou tudo de gasolina e puseram fogo nos poucos metros quadrados que havia escapado do bombardeio. Depois de restarem apenas cinzas na região bombardeada, as autoridades sanitárias do Estado da Guanabara anunciaram a vitória contra os minúsculos adversários.


Flamenguinha (Fonte: amel.med)

2º ROUND: aranhas paraquedistas WINS

 Ninguém poderia imaginar que as flamenguinhas tivessem uma carta na manga. Como até então os hábitos dessa espécie de aranha eram desconhecidos, nem mesmo um bombardeio lançado por aviões de guerra foi suficiente para evitar que milhares de flamenguinhas usassem alguma estratégia de sobrevivência para se deslocarem para outras áreas, formando assim, colônias em outras partes do litoral carioca. E foi justamente o que aconteceu.
No artigo anterior eu tinha falado sobre uma espécie de aranha capaz de usar um método chamado de balonismo para se deslocar por grandes distâncias usando a corrente de ar e uma espécie de pára-quedas feito de teias de aranha. Pois bem, a Latrodectus curacaviensis é capaz de usar tal artimanha para se deslocar de um habitat para outro quando elas se sentem ameaçadas. Isso já acontece desde a época em que uma jovem flamenguinha abandona o convívio com o resto da ninhada, pois ela tece um pequeno balão de fios de teia grudado ao abdômen. Ao menor deslocamento de ar, o balão levanta o aracnídeo a centenas de metros de altura, devido às correntes de ar ascendentes e quentes. Durante o vôo a aranha ainda é capaz de controlar a altitude do balão diminuindo ou aumentando o volume dele de acordo com a sua necessidade, dessa forma, consegue aterrissar quando bem entender.


A técnica do balonismo (Fonte: portalsaofrancisco)

Foi assim que, ao caírem as primeiras bombas napalm no solo, houve grandes deslocamentos de ar causados pelos impactos dos projéteis e as colunas ascendentes de ar quente produzidas pelos incêndios carregaram para a atmosfera uma enorme quantidade de flamenguinhas em seus balões de seda.. Assim, enquanto as velhas aranhas tostaram nas chamas causadas pelas bombas, as jovens aracnídeas aproveitaram as grandes correntes de ar quente para se deslocarem para as mais variadas localidades do Rio, como Niterói e Barra da Tijuca. E por uma ironia do destino, um ano após a guerra contra as aranhas paraquedistas, lá estavam elas, numa nova colônia, exatamente no mesmo local onde havia partido a primeira missão exterminadora, nas proximidades da Base Aérea de Santa Cruz!


Aranhas se deslocando pela corrente de ar (Fonte: flickr)

3º ROUND: aranhas paraquedistas WINS

Um zoólogo chamado Herman Lent, que era na época o atual diretor da Seção de Entomologia do Instituto Oswaldo Cruz, apresentou um extenso relatório condenando a medida absurda de enviar as Forças Aéreas para exterminar uma colônia de aranhas e sugerindo o uso de técnicas mais práticas e eficientes como a simples borrifação de DDT e BHC (dois tipos de inseticidas) na área habitada pela Latrodectus curacaviensis. Além disso, nesse relatório constava que o veneno dessa espécie de aranha era de baixa periculosidade, ao contrário do que imaginavam o governo e a população, e diferente de outra parenta dela bem conhecida por nós, a Latrodectus mactans, a famosa viúva-negra. No fim, Lent concluiu que as flamenguinhas não atacariam os cariocas e acabou acertando nas suas previsões, pois nos anos que se sucederam, elas passaram a dividir espaço com os banhistas em alguns pontos da orla marítima carioca, sem maiores problemas.

 
Jânio tão perdido quanto seu governo (Fonte: massote.pro)

Depois de um episódio bizarro como esse não era de se esperar que o presidente Jânio Quadros renunciasse o seu cargo no mesmo ano em que foi eleito. Na verdade, o fim da picada foi ele decidir condecorar o líder revolucionário cubano Ernesto Che Guevara. Tal manobra foi uma afronta aos países capitalistas que já consideravam Jânio um defensor do socialismo. Não demorou muito para que ele renunciasse a presidência em agosto de 1961, alegando que fez isso para se defender de terríveis ameaças contra o seu governo. Quem sabe tais ameaças não envolveram uma certa aranha conhecida como flamenguinha? Hehe.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Cabelos de anjo – Vestígios de visitantes do espaço

O fenômeno do cabelo de anjo é algo bem conhecido entre os ufologistas. Filamentos semelhantes a teias de aranha e fios de cabelo branco, às vezes em forma de flocos, foram vistos caindo do céu em algumas ocasiões da história, nos locais mais diversificados do mundo. Tal substância ao menor contato físico se desintegra com facilidade e geralmente é vista precipitando por sobre as casas, cercas, árvores e redes elétricas. Em algumas ocasiões dizem que essa sublimação vem acompanhada de um rastro de vapor ou fumaça azul. Uma das principais características atribuídas a esse fenômeno é o fato de avistamentos de OVNIS serem relatados antes da misteriosa substância surgir do céu e cair pelas proximidades do local, onde discos voadores teriam sido encontrados.

Cabelos de anjo (Fonte: www-ufologia)
Alguns exemplos do surgimento dos cabelos de anjo serão listados a seguir:

- Em 1477, no Japão, foi relatado que um material semelhante a algodão branco caiu seis horas depois que um objeto luminoso atravessou o céu;

- Em 1596, no Japão, um terremoto atingiu a região Quioto durante a noite e estranhos cabelos brancos caíram sobre a região;

- Em 1702, mais uma vez no Japão, ao meio-dia, pessoas presentes no local alegam ter visto o sol mudando de cor para um vermelho-sangue. Logo em seguida, finíssimas  cordas de uma substância semelhante ao algodão branco foram contempladas caindo no chão.

- Em 1945, nos EUA, um homem estava caçando quando viu um OVNI em uma clareira na floresta. O misterioso objeto, em seguida, emitiu um som de zumbido, começou girar e subiu verticalmente. Logo após ter desaparecido, ele descarregou uma chuva de material de fios prateados.

- Em 1952, na França, objetos voadores em formato de pires foram vistos viajando em pares em um movimento de zig-zag. Estes objetos deixaram longas trilhas que caíram cobrindo as árvores, os fios de telefone e as casas.

- Em 1954, na França, uma misteriosa explosão foi ouvida, o suficiente para fazer as telhas das casas tremerem. Poucos minutos depois, fios brancos precipitaram-se nos campos e as pessoas que se encontravam no local, ao tocar o material, notavam que ele se evaporava.

- Também em 1954, na França (especificamente no dia 13 de outubro), uma testemunha relatou ter visto um disco branco enorme que se deslocava a uma grande velocidade. De repente ela explodiu em pleno vôo e um objeto menor de prata parecia ter sido arrancado do maior com a explosão e continuou em uma trajetória para o sul. Os restos do disco caíram suavemente como papel picado.
- Em 1998, em Quirindi na Austrália, uma senhora de 61 anos de idade disse ter visto teias de aranha caindo do céu. Ao olhar para cima, viu cerca de vinte esferas de prata, que continuaram flutuando no céu por mais de uma hora e meia. Quando ela tentou pegar a substância, ela se desintegrou em suas mãos.

- Em 2000, os moradores de duas cidades ao norte da Itália reportaram um grande barulho, seguido por uma chuva de "longos filamentos brancos descendo do céu."


UFOs (Fonte: openminds)

Os cabelos de anjo nunca estiveram na vanguarda das pesquisas feitas pela ufologia moderna devido a um número não muito grande de relatórios feitos a respeito do assunto e ao fato de muitos aceitarem a linha ortodoxa de que o cabelo de anjo seria na verdade teias de algumas espécies de aranha, que são capazes de migrar utilizando a técnica do balonismo, onde elas viajam pelas correntes de ar usando uma teia de aranha como se fosse um pára-quedas.


Coleta de cabelos de anjo (Fonte: openminds)

Muitos céticos apontam para um artigo escrito pelo pesquisador Brian Boldman que apoia a hipótese da teia de aranha. Nela, ele apresenta sua tese de que os cabelos de anjo deixado por OVNIs, de fato, seriam bolas estaticamente carregadas de teia de aranha. A hipótese do balonismo empregado por algumas aranhas está solidamente apoiada pelo fato de que o fenômeno do "cabelo de anjo" teve ocorrências regulares em torno de outubro, a época habitual das migrações dessas aranhas. Na verdade, a onda de OVNIs de 1954 - que continha várias instâncias de cabelo de anjo - foi concentrada em torno do mês de outubro. Logo, a possibilidade de se considerar estas ‘esferas’ como bolas estáticas de filamentos de teias de aranha pode também ser apoiada pelo fato de que elas são muitas vezes vistas em formação, se unindo umas às outras. Isso pode ser constatado nos seguintes exemplos:


-Em 1952, na França, dois objetos vistos no céu pareciam estar ligados por uma trilha esbranquiçada, como um arco elétrico. Posteriormente, Cabelos de anjo caíram do céu.
-Em 1953 (dia 13 de outubro, outra vez), quatro objetos redondos foram flagrados por uma mulher depois que um bando de perus que ela estava alimentando ficaram alarmados. Ela disse que um dos objetos parecia voar à frente do resto, com os outros três que pareciam estar ligados entre si.
-Em 1954, ao longo de vários dias, milhares de testemunhas avistaram pontos luminosos sobrevoando Roma, na Itália, agrupados em forma de “V”, e logo depois mudaram para a forma de diamante e de uma cruz. O avistamento foi seguido pela queda de cabelos de anjo.
-Em 1968, no Canadá, um fazendeiro viu três objetos sobrevoando o céu. Dois dos UFOs pareciam estar conectados por um arco longo, que pareceu esgarçado do terceiro objeto separado. Depois disso longos filamentos brancos caíram sobre a fazenda.
 -Em 1971, na Austrália, globos branco-prateado, foram relatados. Muitos pareciam ser "duplos" com um fio de adesão ou de corda, movendo-se de uns para outros. Os objetos foram vistos se movendo em direções diferentes, e também mudavam de direção de repente (o que parece ser argumentável se considerar o vento como propulsor). Logo em seguida, cabelos de anjo foram encontrados no chão, derretendo quando tocados.

Pessoas fotografando o fenômeno numa floresta (Fonte: burlingtonnews)

Apesar do relatório de Boldman ser o principal indício para contestar o fenômeno dos cabelos de anjo, um artigo mais recente do mesmo pesquisador refuta as conclusões tiradas no artigo anterior. Ele diz o seguinte:

Se teias de aranha são cabelos de anjo, então temos sido vítimas de uma piada cruel da natureza, pois existe muita semelhança entre os dois fenômenos distintos, tanto na aparência como no padrão. Mas eu considero a hipótese da teia de aranha como uma falsa questão... a evidência esmagadora de que os casos em que aparecem cabelos de anjo são de fato relacionados a UFOs verdadeiros e fornecem mais evidências de sua realidade. Ambos, os OVNIs e os cabelos de anjo, merecem a devida atenção da comunidade científica.

Cabelos de anjo (Fonte: muitosposts)
A explicação do balonismo das aranhas é, sem dúvida, prosaica para explicar o fenômeno dos cabelos de anjo, pois se analisarmos os casos relatados, percebemos que as esferas muitas vezes circulam em direções opostas e, também, ficam estáticas no ar, pairando e fazendo voltas. Já uma bola de teia de aranha normalmente seguirá a direção para onde sopra a brisa. Além disso, teia de aranha normalmente não se dissolve nas mãos dos seres humanos (ou mesmo antes de atingir o solo). Outro fator é a enorme quantidade de cabelos de anjos surgida em determinados casos, o que também conta contra a teoria inicial de Boldman. Enquanto as teias de aranhas cobre uma minúscula porção de terra, os cabelos de anjo podem cobrir muitos quilômetros quadrados de uma só vez. Outro dado interessante é que as amostras que foram coletadas da substância foram levadas para análise em laboratórios, mas tal análise geralmente terminava em confusão e ninguém foi capaz de igualar a substância com teia de aranha. No entanto, quatro análises separadas resultaram na detecção de silício, cálcio, magnésio e boro, respectivamente. Apesar da presença dos três primeiros elementos serem plausíveis, a presença de boro continuam a ser algo intrigante para os cientistas e estudiosos.

A semelhança entre teias de aranha e cabelos de anjo são notáveis (Fonte: coxbuilder)
Atualmente a dúvida a respeito dos cabelos de anjo permanece, mas muitos biólogos continuam defendendo a tese de que tudo não passa mesmo de teias de aranhas de algumas espécies que vivem na copa das árvores e se movem voando  através das correntes de ar.

Cabelos de anjo em close (Fonte: ufo)


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