quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Uma viagem de ida sem volta à Marte: Quem se habilita?

Em 20 de julho de 1969 a célebre frase “Este é um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade” foi dita por Neil Armstrong quando este pisou na superfície lunar, num dos eventos mais famosos da história. Apesar de teorias conspiracionais apontarem para uma possível fraude, diante de muitas evidências surgidas desde a época do documentário “FOX Special – Conspiracy Theory: DID WE LAND ON THE MOON?”, apresentado pela Fox Television em 2001, a própria NASA apresentou argumentos que rebateram a maior parte dos vestígios de fraude que foram denunciados até então. Portanto, não há provas suficientes de que Neil Armstrong, Edwin 'Buzz' Aldrin e Michael Collins de fato não haveriam estado na Lua naquela ocasião.

Neil Armstrong em território lunar (Foto: romerolaura19)

Então se a viagem à Lua foi um grande passo dado pelo homem em direção ao espaço, qual seria o próximo passo? Marte, talvez?
Pois bem, o planeta vermelho possui muitas similaridades com o nosso: gravidade moderada, atmosfera, água, área de superfície similar à Terra, dióxido de carbono e diversos outros minerais essenciais. Além disso, depois de Vênus, é o planeta mais próximo da Terra e levaria cerca de 6 meses para se chegar lá, com a tecnologia disponível atualmente (lembrando que a viagem à Lua teria levado mais ou menos 4 dias). E hoje, seria possível uma viagem à Marte? Teoricamente sim, mas para isso algumas grandes barreiras teriam que ser superadas. Entre elas o valor do projeto que seria extremamente caro, tanto do ponto de vista financeiro, quanto do ponto de vista político, sendo que a maior parte dos gastos seria aplicada na necessidade de trazer os astronautas sãos e salvos.

Marte (Fonte: terragiratg)

            Na época do governo de George W. Bush, este lançou o projeto Constelação, que tinha como objetivo a renovação de toda a frota espacial norte-americana, visando o retorno de um astronauta à Lua em 2020. Mas com a chegada de Barack Obama ao poder, o projeto idealizado por Bush foi cancelado em março deste ano, por ter sido considerado muito caro, atrasado e pouco inovador. Ao invés disso, Obama revelou que planeja promover uma viagem do homem a Marte até 2030, pois segundo ele, até 2025 o país já teria disponíveis novas espaçonaves projetadas para longas viagens.
O que se vê na prática, porém, é que tanto uma nova viagem à Lua, quanto uma viagem a Marte parecem sonhos cada vez mais distantes, levando em conta que até mesmo o projeto Constelação foi bastante mal executado pela Nasa.
Contudo, Dirk Schulze-Makuch, professor de geologia da Universidade do Estado de Washington, e Paul Davies, um físico, escritor e apresentador reconhecido internacionalmente, lançaram recentemente uma proposta alternativa, mas viável para a viagem de um homem a Marte: Uma viagem de ida sem volta a Marte!

Dirk Schulze-Makuch (Foto: sees.wsu)
Paul Davies (Foto: abscicon)
Num artigo chamado “To Boldly Go: A One-Way Human Mission To Mars”, publicado na revista científica Journal of Cosmology, os dois físicos exploraram essa idéia em detalhes, mostrando duas possibilidades: a maciça redução de custos com a viagem e a possibilidade de se colonizar o planeta vermelho, levando em conta as diversas semelhanças entre Marte e a Terra. Segundo eles, o plano inicial seria enviar duas espaçonaves com dois tripulantes em cada, com uma quantidade suficiente de suprimentos, e módulo de pouso, para que seja estabelecido um posto avançado em Marte. Se a idéia fosse levada a sério, futuramente seria possível estabelecer uma colônia no planeta com uma sucessão de missões periódicas para dar suporte aos aventureiros espaciais. E Schulze e Davies ainda vão mais longe ao afirmar que seria possível desenvolver um programa de colonização onde os homens que se estabeleceram em Marte, ou mesmo os que ‘nasceram lá’ poderiam viajar para locais mais distantes, a partir do planeta vermelho.
Entretanto é importante registrar que assim como Marte possui semelhanças com o nosso planeta, diferenças também existem. Entre elas podemos citar a gravidade superficial marciana que é apenas um terço a da Terra, o que poderia influenciar negativamente na saúde de um indivíduo comum; o clima é muito mais frio que a Terra e sua temperatura oscila em média de -63ºC para -140ºC; o lugar é desprovido de lençóis de água em sua superfície; o nível de energia solar que alcança o planeta é metade do nível alcançado pela Terra; a pressão atmosférica do planeta vermelho é inferior à necessária para a sobrevivência humana, sendo obrigatório o uso de trajes descompressores, assim como as estruturas locais que necessitariam de câmeras de descompressão similares as das espaçonaves; inexistência de esfera magnética para refletir o vento solar. Ou seja, na prática, um ser humano não conseguiria viver mais que 1 minuto em território marciano sem o uso de um traje especial e já perderia a consciência em 20 segundos!

Colonização de Marte (Foto: historiadivertida)
Em relação à segurança dos candidatos a uma ida sem volta à Marte, Schulze e Davies consideram importante a existência de cavernas ou algum outro tipo de formação rochosa, localizada próximo à recursos naturais como a água, e que servisse de abrigo aos moradores terráqueos contra a ionização e os raios ultravioletas, devido à ausência de ozônio e magnetosfera. Mas será que apenas isso seria o suficiente para se estabelecer em solo extraterrestre?
Por incrível que pareça muitos já manifestaram interesse em se voluntariar para tal projeto, e, caso ele se torne realidade um dia, o que não faltará são cobaias dispostas a se despedir permanentemente de seu planeta natal em busca do desconhecido.

1 comentários:

marc disse...

Legal se eu podesse levar o meu cachorro e a minha boneca inflavel eu tambem iria.

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