terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Os Passos do Diabo – Parte IV - Encontros

Aqui vão alguns dos inúmeros registros de encontros com o Diabo de Jersey através da história:
Em 1778, o comodoro Stephen Decatur, um herói naval, visitou o Hanover Iron Works nos Barrens para fazer testes de disparos de canhão, onde ele supostamente avistou uma criatura voando no céu, acima de onde estava. Usando um dos canhões Decatur supostamente atingiu a asa da criatura, rompendo a membrana, mas ela continuou voando, para a surpresa dos observadores. O problema com este relato é que Decatur nasceu no ano de 1779, e se este incidente de fato ocorreu deve ter sido entre 1816 e 1820, quando Decatur era o Comissário Naval responsável pelos testes dos equipamentos usados na construção dos novos navios de batalha.


Uma suposta aparição do diabo (Fonte: portallsobrenatural)

Em 1840 o Diabo foi acusado de ser o responsável pela matança de vários animais de rebanhos. Ataques similares foram registrados em 1841, acompanhados de rastros estranhos e gritos sobrenaturais. Em 1859 o Diabo fez uma aparição em Haddonfield. Bridgeton foi testemunha de uma série de avistamentos durante o inverno de 1873. Mais ou menos em 1887 o Diabo de Jersey foi avistado próximo de uma casa e apavorou uma criança, que chamou o Diabo de "aquilo"; ele também foi avistado nas florestas logo depois deste episódio e, assim como aconteceu no encontro de Decatur, ele foi alvejado na asa direita, mas continuou voando.
Em 1820, o irmão mais velho de Napoleão Bonaparte, Joseph, supostamente avistou a criatura enquanto caçava.
Agora, foi no mês de Janeiro de 1909 que houve o maior número de avistamentos do Diabo jamais registrado. Milhares de pessoas disseram ter sido testemunhas da existência da criatura na semana dos dias 16 ao 23. Jornais do país inteiro acompanhavam as histórias e publicavam os relatos:
Sábado, dia 16 - A criatura foi avistada voando sobre Woodbury.
Domingo, dia 17 - Em Bristol, na Pensilvânia, várias pessoas viram a criatura e rastros foram encontrados na neve no dia seguinte.
Segunda-Feira, dia 18 - Burlington amanheceu coberta de rastros estranhos que pareciam desafiar a lógica; alguns foram encontrados em telhados, enquanto outros começavam e terminavam abruptamente, aparentemente sem uma origem ou destino. Pegadas semelhantes foram encontradas em várias outras cidades.
Terça-Feira, dia 19 - Nelson Evans e sua esposa, em Gloucester, disseram ver a criatura do lado de fora de sua janela, às 2:30 da manhã.
O registro do acontecido, dado por Evans é o seguinte: "Aquilo tinha aproximadamente 2,40m, a cabeça parecia a de um cão collie e tinha cara de cavalo. Um pescoço longo, asas com 60 centímetros de comprimento e suas pernas traseiras pareciam com a de um grou e tinha cascos como os de um cavalo. Andava em suas patas traseiras e tinha duas patas menores, como pequenos braços, com patas nas extremidades. Aquilo se movia sem o auxilio das patas dianteiras. Minha esposa e eu estávamos apavorados, eu lhes digo, mas eu consegui abrir a janela e gritei "XÔÔÔÔÔÔ!", então aquilo se virou para mim, latiu e voou para longe.

(Fonte: newanimal)
Dois caçadores de Gloucester seguiram os rastros da criatura por mais de trinta quilômetros, as pegadas pareciam pular por cima de cercas e se espremer por vãos de 20cm. Trilhas similares foram encontradas em várias outras cidades.
Quarta-Feira, dia 20 - Em Haddonfield e Collingswoow organizaram grupos para encontrar o Diabo. Eles supostamente viram a criatura voar em direção de Moorestown, onde foi avistada depois por mais duas pessoas.
Quinta-Feira, dia 21 - A criatura atacou um bondinho em Haddon Heights, mas foi afugentada. Bondes em várias outras cidades começaram a contratar o serviço de guardas armados, e vários fazendeiros encontraram suas galinhas mortas. Existe um registro que indica que o Diabo se chocou com um trem elétrico em Clayton, mas não foi morto. Um operador de telégrafo, próximo a Atlantic City disse que atirou no Diabo apenas para vê-lo fugir mancando e se embrenhar na floresta. Aparentemente a criatura não foi posta de ação e continuou sua marcha através da Filadélfia, Pensilvânia e West Collingswood, Nova Jersey (onde supostamente foi atingido por jatos d'água atirados pelo departamento de bombeiros local). O Diabo parecia pronto para atacar qualquer um que se aproximasse, as pessoas se defendiam atirando qualquer objeto que tivessem à mão contra ele. A criatura então subitamente fugiu voando - e foi avistada então em Camden onde feriu um cachorro, arrancando um pedaço da bochecha do animal, que foi salvo pelo dono ao espantá-la. Sexta-Feira, dia 22 - O último dia dos avistamentos. Muitas cidades estavam em pânico, com muitas lojas e escolas fechadas por medo da criatura.
Durante este período o Zoológico da Filadélfia ofereceu uma recompensa de U$ 1.000.000 de dólares para quem capturasse a criatura. A proposta criou um sem número de fraudes, inclusive um canguru com asas artificiais. A recompensa está disponível até os dias de hoje.
Além desses encontros a criatura foi avistada voando sobre várias outras cidades. Desde a semana do terror em 1909 os avistamentos se tornaram muito menos frequentes.
Em 1951 houve um novo pânico em Gibbstown, Nova Jersey, depois que alguns garotos afirmaram ter visto um monstro humanóide que gritava.
Uma carcaça bizarra em decomposição que lembrava vagamente as descrições do Diabo de Jersey foi encontrada em 1957, fazendo muitas pessoas acreditarem que a criatura havia morrido. Entretanto desde aquele ano surgiram novos relatos de encontros e avistamentos.
Em 1960, os comerciantes de Camden ofereceram uma recompensa de U$10.000 dólares pela captura da criatura, chegando a oferecer a criação de uma jaula especial para guardar e exibi-la quando fosse capturada. Esta recompensa permanece até os dias de hoje.
Em 1991 um entregador de pizzas em Edison, Nova Jersey, descreveu um encontro com uma criatura branca com características equinas.
Em Freehold, no ano de 2007, uma mulher supostamente avistou uma criatura enorme, com asas semelhantes às de um morcego, próxima de sua casa. Em Agosto do mesmo ano um jovem dirigindo para casa, perto da divisa estadual de Mount Laurel e Moorestown, em Nova Jersey, registrou um encontro semelhante, dizendo que viu uma "criatura semelhante a um gárgula com asas de morcego parcialmente abertas" enormes, pousada em árvores perto da estrada.
Em 23 de Janeiro de 2008 o Diabo de Jersey foi visto novamente, desta vez em Litchfield, na Pensilvânia, por um residente local que afirma ter visto a criatura sair voando do telhado de seu celeiro.
No dia 18 de Agosto de 2008 surgiram rumores sobre o avistamento do Diabo na Ebenezer Church Road em Rising Sun, Maryland. Três adolescentes em um carro observaram a criatura passar voando perto do pára-brisa e pousando a alguns metros de distância no campo de uma fazenda.
Existem hoje inúmeros sites e revistas como a NJ Devil Hunters  e Weird NJ que catalogam os avistamentos do Diabo.

Freak Show

Cartão sensacionalista divulgado uma foto de um suposto Diabo capturado (Fonte: mortesubita)

Existe um termo em inglês nos circos, feiras e shows de beira de estrada usado para designar um item falso, usado pelo mestre de picadeiro para atrair pessoas para a barraca do show de aberrações. O termo é gaff, é um objeto manipulado, uma falsificação taxidermista ou um objeto trabalhado para iludir as pessoas.
O Diabo de Jersey e os gaffs andaram juntos por muito tempo. Um exemplo é o que ocorreu a mais de cem anos atrás na Filadélfia.
Em 1906 Norman Jefferies, gerente de publicidade do C.A. Brandenburg's Arch Street Museum, na Filadélfia, encontrou um antigo livro que mencionava o filho curioso de Mãe Leeds e teve uma idéia.
Ele era um showman e o público para seus espetáculos estava diminuindo. Jefferies estava procurando a algum tempo por algo que trouxesse a multidão de volta. Infelizmente para ele os jornais da Filadélfia já o conheciam, e sabiam de suas propagandas um tanto quanto exageradas e não iriam cooperar com ele. Então ele plantou a seguinte história em um periódico de uma cidadezinha ao sul de Jersey:
O “Diabo de Jérsei”, que não foi visto por essas partes em quase cem anos, surgiu novamente em suas andanças. A Sra. J. H. Hopkins, esposa de um fazendeiro digno de nosso condado viu, sem sombra de dúvidas, a criatura, próxima do celeiro no Sábado passado e chegando ao celeiro examinou seus rastros na neve."

Jornal divulgando a captura do Diabo de Jersey (Fonte: mortesubita)
A matéria causou uma enorme comoção. Em todos os cantos do estado, homens e mulheres começaram a andar olhando por cima dos ombros e passaram a trancar portas e janelas. Embora se mostrassem céticos em relação à nota, os habitantes de Jersey não queriam correr riscos.
E se o monstro fosse de fato real? Um "expert" da Smithsonian Institute não havia afirmado que "possuía uma teoria há muito estimada de que existem ainda, em cavernas escondidas e esconderijos secretos, lá dentro, no interior da terra, sobreviventes daqueles animais pré-históricos dos quais apenas fósseis restaram na superfície..."? O expert tinha certeza que o Diabo se tratava de um pterodáctilo.
Pouco tempo depois o animal foi capturado por um grupo de fazendeiros. Depois de se certificar que todos os jornais tivessem publicado a notícia, Jefferies levou o Diabo consigo para a Filadélfia e o colocou em uma exibição no Arch Street Museum. A multidão, enorme e sem um senso crítico, olhavam maravilhadas a coisa capturada - que de fato era um canguru com asas de bronze presas nas costas e listras verdes pintadas pelo corpo.
Jefferies confessou em 1929 que ele comprou o animal de um negociante em Buffalo, Nova Iorque, e que depois o soltou em uma floresta no sul de Jersey, onde certamente seria apanhado sem dificuldades.
O Woodbury Daily Times também acabou participando da história, publicando no dia 25 de Dezembro que o fazendeiro William Hyman matou um animal desconhecido depois que ele invadiu seu galinheiro. Hyman descreve a fera, dizia a notícia "como sendo tão grande quanto um airedale adulto, sua pelagem negra parecia com lã, Pulava como um canguru, com as patas traseiras muito maiores do que as dianteiras e andava ereto, com uma postura corcunda e suas patas traseiras possuíam quatro dedos ligados por uma membrana de pele.
Entra então, para os registros da criptozoologia mais um ser fantástico que até então só existe por meio de relatos.


            Os passos do Diabo – Parte I


            Os passos do Diabo – Parte II - O Diabo Passeia Novamente


            Os passos do Diabo – Parte III – Origens da Lenda

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