sexta-feira, 22 de julho de 2011

A Maré Vermelha – Parte II – O desastre do impacto ambiental na vida do homem e dos seres marítimos

A floração de microalgas durante a maré vermelha pode representar uma série de ameaças ao ambiente marinho e ao homem. Em 1962, na África do Sul, por exemplo, uma floração de dinoflagelados provocou a morte de mais de 100 toneladas de peixes devido ao entupimento de suas brânquias. Como se não bastasse esse problema, algumas espécies de algas que podem se multiplicar durante a maré vermelha são parasitas de peixes, alimentando-se de seus tecidos e provocando sérias lesões em seus corpos.

Peixes mortos pela maré vermelha (Fonte: pt.wikipedia)


A maré vermelha pode causar ainda a queda na qualidade da água do mar, pela diminuição da concentração de oxigênio nela dissolvido. Esta diminuição pode ocorrer por dois motivos. Um deles é a redução na taxa de fotossíntese de algas marinhas devido ao sombreamento provocado pelas manchas formadas pelas gigantescas populações de algas, impedindo que os raios luminosos penetrem na coluna d'água. O outro motivo para a redução do oxigênio na água do mar ocorre devido ao grande número de bactérias decompositoras que se alimentam dos dinoflagelados mortos e consomem o oxigênio. Existem registros de casos em que lagostas se arrastam para fora da água, numa busca desesperada por oxigênio, e acabam morrendo nas praias ou costões rochosos.
Outra característica dos dinoflagelados é a capacidade de produzir algumas toxinas que estão entre os mais poderosos venenos conhecidos. O envenenamento pode ocorrer de forma direta ou indireta, matando peixes e outros organismos marinhos. No caso de alguns moluscos, como os mexilhões e as ostras, as toxinas não são capazes de afetá-los diretamente. No entanto, por serem organismos que filtram a água do mar, retirando dela seu alimento, podem acumular algas nocivas e, conseqüentemente, intoxicar indiretamente animais que deles se alimentem, como pássaros, mamíferos marinhos e até o ser humano.

(Fonte: ocaosambiental)


Por essa razão, as pessoas que vivem em regiões afetadas pela maré vermelha, de onde esses moluscos são provenientes, devem evitar o seu consumo. Alguns dos tipos de envenenamento indireto, provocado pela ingestão de moluscos contaminados, que podem atingir o homem são a paralisia por envenenamento, o envenenamento amnésico e o envenenamento diarréico.
Tipos de envenenamento pelas algas da maré vermelha
A paralisia por envenenamento foi descoberta em 1700 e é responsável pela morte de centenas de pessoas nos últimos 300 anos. As toxinas que provocam paralisia atuam no sistema nervoso da vítima e, portanto, são chamadas de neurotóxicas. Dependendo da concentração da toxina, a ingestão de um único molusco contaminado pode ser fatal para o homem.
O primeiro sintoma desse tipo de envenenamento é a sensação de ardência ou formigamento nos lábios, na língua e nas pontas dos dedos. Em seguida, ocorre a dormência dos braços, do pescoço e das pernas, tonturas, descontrole muscular e dificuldade para respirar. Após um período que varia de duas horas a um dia, pode ocorrer a morte por insuficiência respiratória.
(Fonte: academicos10)

Existem 2 tipos de envenenamento por moluscos contaminados: o diarréico e o amnésico. O primeiro provoca intensa diarréia, enjôos, vômitos, dores de estômago, tremores e calafrios. Estes sintomas costumam desaparecer em cerca de três a quatro dias e, geralmente, não levam à morte. O segundo foi observado pela primeira vez em 1987, no Canadá, após três mortes e diversos casos de intoxicação grave devido à ingestão de moluscos contaminados. Os principais sintomas desta intoxicação são: dores abdominais, vômito, confusão mental e perda de memória.

(Fonte: salvemmaeterrarosyluzes)


As toxinas produzidas pelas algas também podem ser levadas para o ar através dos respingos das ondas e do vento, causando ardor e secura nos olhos, tosse, irritações na pele e dificuldade de respirar. Estes sintomas desaparecem em poucos dias e não são perigosos.
A freqüência e a intensidade das ocorrências do fenômeno da maré vermelha vêm aumentando em todo o mundo. É possível que este aumento seja conseqüência da atividade humana. O despejo de esgotos não tratados no mar, por exemplo, provoca o aumento da matéria orgânica na água, aumentando a quantidade de nutrientes disponíveis, num processo conhecido como eutrofização. Essa elevação nos níveis de nutrientes, juntamente com o aquecimento global, proporciona condições ideais para a floração das microalgas envolvidas na maré vermelha.

(Fonte: g1.globo)


Como já foi dito, o fenômeno da maré vermelha é um acidente ecológico que ocorre com rara frequência. À primeira vista parece apenas uma relação ecológica de amensalismo (um tipo de relação desarmoniosa onde uma população inibe o desenvolvimento da outra) entre essas pirrófitas e esses peixes, aves e mamíferos marinhos que são mortos de forma indiscriminada e aleatória mas, nesses acidentes não se revela a intenção premeditada dessas pirrófitas em causar essa mortalidade generalizada pois na verdade elas não obtém nenhuma vantagem com todas essa mortes de seres que não competem com elas e nem lhes servem muito como alimento porque elas são autótrofas e não precisam matar para se alimentar, portanto as marés vermelhas são consideradas apenas como acidentes ecológicos que acontecem durante a reprodução sexuada de algumas pirrófitas que lançam nas águas enorme quantidade de zoósporos que possuem toxinas que são facilmente absorvidas pelos outros seres vivos, provocando o envenenamento das águas e ameaçando a sobrevivência de várias espécies.



            A Maré Vermelha – Parte I – A ação das pirrófitas na formação de gigantescas manchas coloridas na água do mar


            A Maré Vermelha – Parte III – Ondas vermelhas no Brasil e chuvas coloridas na Índia

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