terça-feira, 26 de julho de 2011

A Maré Vermelha – Parte III – Ondas vermelhas no Brasil e chuvas coloridas na Índia

A última grande maré vermelha que ocorreu no Brasil foi na Baía de Todos os Santos, Bahia, em abril de 2007, resultando no maior desastre ambiental já registrado na região. Foram mortos cerca de 50 toneladas de mariscos e peixes, afetando diretamente as atividades econômicas da população dessa região.
Foram convocados 3 laboratórios para fazer análises na água contaminada e foi constatada a proliferação de algas marinhas tóxicas que foram responsáveis pelo acidente ambiental que dizimou os peixes e os mariscos por asfixia. Os cientistas acreditam que tal evento tenha ocorrido por conta da poluição da Baía de Todos os Santos.

(Fonte: oglobo)


Por conta dessa tragédia a pesca foi proibida até o final de maio do mesmo ano. A determinação foi dada pelo Insituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Por essa razão, o prejuízo para os pescadores foi arrasador, pois ocorreu justamente no período da Semana Santa, um dos mais lucrativos do ano para esses trabalhadores. Com os barcos parados eles ficaram desorientados e dependentes de recursos financeiros vindos do governo federal, como cestas básicas e seguro-defeso (uma espécie de seguro-desemprego). As marisqueiras entregaram seus produtos em troca de uma indenização (normalmente elas recebem de R$ 2 a R$ 6 por quilo do marisco). Foi quando o governo do Estado pagou pelos animais que haviam sido retirados das águas antes da proibição do Ibama.
No fim, todos os peixes e mariscos que morreram foram retirados gradualmente das águas e incinerados no aterro sanitário de Salvador.

(Fonte: oglobo)


Para evitar novos desastres ambientais do tipo, os cientistas vêm aperfeiçoando técnicas de monitoramento capazes de prever quando e onde ocorrerão novos episódios. Tal acompanhamento permite que se conheça melhor o funcionamento do fenômeno para que, algum dia, possamos abrandar ou até evitar os problemas causados pela maré vermelha.

Chuvas coloridas na Índia?



No período de 25 de julho a 23 de setembro de 2001, a chuva que se precipitou no sul da Índia chamou a atenção da população local por apresentar uma cor avermelhada. O mais curioso é que as chuvas que se sucederam não só apresentavam essa coloração, como também a coloração amarela, a verde e a preta.


(Fonte: keroalves)

Muitos atribuíram as chuvas a maldições, milagres, poderes divinos entre outras teorias. Tal assunto também remete à famosa chuva de sangue que, inclusive, já foi abordada no blog, no artigo sobre chuva de animais. Nele cita que uma chuva vermelha ocorrida em Londres, na década de 60, tingiu a cidade de vermelho. Muitos acreditavam que fosse chuva de sangue, mas uma análise científica em uma coleta dessa água mostrou que era na verdade grãos de areia que se deslocaram através de nuvens provenientes de tempestades no Saara.


(Fonte: folha.uol)

No caso da Índia, uma análise feita por cientistas locais mostrou que, na verdade, a chuva tinha sido “colorida” pelos esporos de algas, que se espalharam no ar, num processo semelhante ao da maré vermelha. Esta hipótese entretanto, foi contestada pelo físico Godfrey Louis que, em 2006, apresentou novos estudos a respeito desse caso, revelando que na água continha glóbulos vermelhos, sem presença de DNA (mas isso é assunto para um outro artigo) .Esse fenômeno não foi um caso isolado pois, ainda em 2006, na cidade de Kerala, a atenção de todos voltou-se novamente para o surgimento de mais uma chuva colorida que veio para instigar a imaginação dos moradores da região. Muito provavelmente surgida pelo mesmo processo das chuvas que ocorreram na Índia.


            A Maré Vermelha – Parte I – A ação das pirrófitas na formação de gigantescas manchas coloridas na água do mar


            A Maré Vermelha – Parte II – O desastre do impacto ambiental na vida do homem e dos seres marítimos

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