Viola Bernard foi uma renomada psicóloga nova-iorquina que conduziu em 1963 um controverso estudo sobre gêmeos e trigêmeos separados no nascimento. Para que isso fosse possível ela, acompanhada de um colega psiquiatra, o Dr. Peter Neubauer, conseguiu persuadir a agência de adoção Louise Wise Services a enviar gêmeos para casas diferentes, sem dizer aos pais adotivos que os respectivos filhos eram gêmeos e, durante o decorrer do desenvolvimento dessas crianças, os pesquisadores secretamente seguiam seus estudos. Ela acreditava que os gêmeos idênticos forjariam melhores identidades individuais se estivessem separados. depois de muitos pedidos, ele concordou em se encontrar com eles. O médico não demonstrou nenhum remorso e não ofereceu nenhuma desculpa.
(Fonte: sempretops) |
Quando as famílias adotaram as crianças, já foram informadas que seu filho fazia parte de um estudo de crianças em curso, entretanto, omitiram o elemento-chave do estudo. As famílias adotivas iriam separadamente ao centro uma vez por mês, durante 12 anos, para os testes de QI e de análise de discurso. Os pesquisadores também poderiam visitar seus lares e filmar as crianças brincando. No momento em que os gêmeos envolvidos nesse estudo começaram a investigar a adoção, Bernard já tinha morrido, mas os gêmeos conseguiram localizar na Universidade de Nova York o psiquiatra Neubauer, que também esteve envolvido no estudo desse experimento sobre os gêmeos. Depois de muitos pedidos, ele concordou em se encontrar com eles, porém, o médico não demonstrou nenhum remorso e não ofereceu nenhuma desculpa.
Viola Bernard (Fonte: apsa) |
Tal estudo, contudo, nunca foi concluído definitivamente. A prática de separar gêmeos no nascimento em Nova York terminou em 1980, quando o Estado começou a exigir que as agências de adoção de mantivessem os irmãos juntos. Tal fato ocorreu justamente um ano após encerrarem os estudos por parte de Bernard. Neubauer, posteriormente, reuniu todas as informações sobre os experimentos (cerca de 3 caixas de documentos), selou e trancou tudo na Biblioteca da Universidade de Yale até 2066, porque imaginava que até lá a maioria dos participantes da experiência provavelmente estaria morta.. Ele percebeu que a opinião pública seria tão contra a pesquisa que ele decidiu não publicá-la. Mais tarde, esforços para que a Universidade de Yale liberasse os registros para alguns dos irmãos gêmeos envolvidos na pesquisa falharam e o conteúdo dessa documentação permaneceu em sigilo.
Elyse Schein e Paula Bernstein em vários momentos de suas vidas (Fonte: weirdscaryandusualstuff) |
O estudo Neubauer diferia de todos os outros estudos de gêmeos em que estes eram acompanhados desde a infância, mas a maior surpresa viria a partir da pesquisa Bernard que tinha concluído que os gêmeos criados separados não são mais diferentes do que aqueles criados juntos. Isto sugere que as diferenças da personalidade das crianças não são forjadas por suas famílias, mas por outros fatores mais sutis.
Elyse Schein e Paula Bernstein quando crianças (Fonte: sott) |
Em 2007, as gêmeas Elyse Schein e Paula Bernstein publicaram o livro Identical Strangers: A Memoir of Twins Separated and Reunited, publicado pela Random House, contando suas histórias de vida. Elas foram dadas por sua mãe mentalmente doente e separadas na infância, em parte, para participar do estudo dos gêmeos idênticos. Schein e Bernstein foram adotadas por famílias distintas e não foram informadas de que eram gêmeas. Mais tarde elas vieram a se encontrar pela primeira vez em 2004, na idade de 35 anos, a mesma época em que começaram a escrever seu livro. Das 13 crianças envolvidas no estudo, divididas em cinco grupos de gêmeos e um de trigêmeos, tre pares de gêmeos e o par de trigêmeos descobriram um ao outro. Os demais podem ainda não saber hoje que tem um gêmeo idêntico. Já Neubauer, veio a falecer em 15 de fevereiro de 2008, aos 94 anos de idade.
Elyse Schein e Paula Bernstein lançaram um livro sobre a experiência de terem sido separadas desde o nascimento (Fonte: cbc.ca) |
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