A espanhola Zara, maior varejista de vestuário do mundo está atualmente no topo das discussões do Twitter e também virou destaque no Facebook, por conta de recente operação do Ministério do Trabalho, que encontrou trabalho escravo na cadeia produtiva da marca. Oficinas subcontratadas mantinham 16 pessoas, incluindo uma adolescente de 14 anos, em condição análoga à escravidão em plena capital paulista. O programa “A Liga”, da TV Bandeirantes que foi ao ar ontem e a ONG “Repórter Brasil” acompanharam equipes de fiscalização trabalhista que flagraram funcionários estrangeiros submetidos a condições humilhantes ao produzir peças de roupa da badalada marca internacional Zara, que pertence ao grupo espanhol Inditex.
(Fonte: noticiasachaqui) |
A auditora fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego, Juliana Cassiano, que coordenou as ações de busca, confirmou a ligação das oficinas onde foram encontradas as pessoas em regime análogo à escravidão com a Zara. A investigação começou há três meses, após a primeira busca ter constatado irregularidades numa oficina em Campinas. Depois disso, o MTE lavrou 52 autos de infração contra a empresa devido a irregularidades nesta e em outra oficina, na capital, mas ainda não tinha comunicado oficialmente ao grupo. Um dos autos se refere à discriminação étnica de indígenas da tribo Quechuá e Aimará, que recebiam um tratamento pior do que outros trabalhadores.
(Fonte: textileindustry) |
Em nota, a Zara assume o que aconteceu, comunica que "Tal fato representa uma grave infração de acordo com o Código de Conduta para Fabricantes e Oficinas Externas da Inditex, assumido por este fabricante contratualmente", diz que vai cobrar do fornecedor responsável que regularize a situação imediatamente, e mais: se apresenta como parceira do MTE para reforçar a fiscalização do sistema de produção tanto deste quanto dos outros 50 fornecedores fixos, que somam mais de sete mil trabalhadores.
(Fonte: noticias.achaqui) |
O quadro encontrado pelos agentes do poder público, e acompanhado pela ONG Repórter Brasil, incluía contratações ilegais, trabalho infantil, condições degradantes, jornadas exaustivas de até 16h diárias e cerceamento de liberdade (seja pela cobrança e desconto irregular de dívidas dos salários, o truck system, seja pela proibição de deixar o local de trabalho sem prévia autorização). Segundo a ONG, para sair das oficinas, que também eram moradia, os trabalhadores precisavam até pedir autorização. O programa "A Liga" mostrou que os trabalhadores recebem centavos para fazer uma peça e, se causarem algum dano, são obrigados a pagar pelo preço que é vendida em loja.
(Fonte: hellostranger) |
De acordo com o diretor da ONG Repórter Brasil, Leonardo Sakamoto, a instituição acompanhou todo o processo de investigação do Ministério do Trabalho, que fará relatório específico sobre a Zara:
Haviam várias irregularidades nas oficinas, que vão desde o cerceamento da liberdade até às instalações encontradas pelas fiscalizações do ministério.
As vítimas libertadas pela fiscalização foram aliciadas na Bolívia e no Peru, país de origem de apenas uma das costureiras encontradas. Pessoas que deixam os seus países em busca do "sonho brasileiro". Quando chegam aqui, geralmente têm que trabalhar inicialmente por meses, em longas jornadas, apenas para quitar os valores referentes ao custo de transporte para o Brasil.
(Fonte: roteirodamoda) |
O caso lembra o da GAP, outra empresa do setor têxtil que, em 2007, também foi para as páginas de notícias dos jornais por ter sido encontrado trabalho escravo em sua cadeia produtiva. Na ocasião, a dona da empresa deu entrevista dizendo-se, como diz agora a Zara, indignada pela descoberta...
(Fonte: O globo)
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