sexta-feira, 29 de julho de 2011

A morte de animais em nome da arte

Há cerca de 10 anos atrás surgiam as primeiras correntes de e-mails sobre o tenebroso caso dos gatos bonsai. Nesses e-mails anunciava-se num site a venda de gatos em miniatura dentro de garrafas transparentes. E pra tornar as coisas ainda mais bizarras, o site te ensinava a fazer o seu próprio gato bonsai:

Um cãozinho morto e transformado em um boneco (Fonte: orkut)

“Coloca-se gatos bebês em garrafas de vidro, enfia-se uma sonda em seu ânus, que sai por uma abertura na garrafa para desfazer-se da urina e fezes. Para que os gatos tomem a forma da garrafa, os alimentam com químicos para amolecer-lhes os ossos, aí os mantém pelo tempo que o gato aguentar sobreviver à tortura. Não pode mover-se, nem andar, nem limpar-se. À medida que vai crescendo ele vai tomando a forma do recipiente em que foi inserido”.
A idéia absurda parece ter pegado muita gente desprevenida e essa se tornou uma das principais correntes da época e ainda, segundo a Folha On-Line, em pesquisa realizada pela empresa Sophos, esse boato ficou em segundo lugar na lista de correntes falsas que mais circularam pela Web no mês de Outubro de 2003. Entretanto, esse assunto sempre volta com força total de tempos em tempos, até porque o site onde a farsa foi criada ainda existe até hoje.
Infelizmente nem tudo é de mentira nessa vida. Alguns anos depois surgiria um outro site polêmico que apostava na manipulação bizarra de animais para chamar a atenção.

(Fonte: orkut)


Uma holandesa chamada Katinka Simonse, também conhecida como Tinkebell, lançou na Internet um manual de como transformar seu gatinho de estimação numa bolsa! Segundo ela, seus gatos eram mortos e convertidos em bolsas porque ela amava a moda. 

Tinkebell (Fonte: orkut)


 O manual explicava o passo a passo, desde o abate do bichano até a transformação do mesmo numa bolsa. O macabro site gerou a revolta de milhares de pessoas que a acusavam de abuso e maltrato a animais. Uma petição foi criada em uma comunidade do orkut para tirar esse manual do ar. E, ao que parece, o link do site acabou ficando inativo mesmo. O que não quer dizer que Tinkebell desistiu de fazer arte usando animais de sua propriedade.

Roedores em bolas (Fonte: blondebynature)


Ela atualmente é proprietária de 60 hamsters em bolas e porquinhos da Guiné manipulados por controle remoto. Ela também costuma colocar pintinhos em trituradores de papel e escrever números sobre os caramujos em seu jardim para manter a contagem deles.
Há um tempo atrás houve investigações sobre o comportamento dela. Ela alegava que seus animais não eram mortos para a criação de suas obras de arte.  A Organização de Proteção Animal Holandesa, por sua vez, era consciente da situação e considerava uma falta de respeito para com os animais a morte dos mesmos pela arte, como justificava Katinka.

(Fonte: orkut)


(Fonte: eucom-isso)


Em conversa com a moça a organização acabou concluindo que o objetivo dela não era causar sofrimento aos animais, e sim fazer uma declaração chocante, trazendo o mesmo impacto que a morte de animais para a confecção de casacos de pele e sapatos traria. A Organização de Proteção Animal Holandesa acredita que os animais mortos devem ser respeitados, assim como o uso destes em obras de arte também deve ser respeitoso: “Animais mortos podem ser usados na arte, desde que a situação retratada seja característica ao animal”, dizem. Logo, a gente conclui que a Tinkebell quebrou uma lei, mas nada foi feito a respeito.
O boneco é reversível. De um lado, apresenta-se na forma de um cachorro e do outro, ao ser manuseado e virado do avesso, acaba por revelar um gato (Fonte: orkut)

(Fonte: orkut)


Katinka Simonse se considera uma "designer de discussões". Ela pesquisa as questões contemporâneas e os movimentos populistas, incluindo o ativismo dos direitos dos animais, e suas estratégias. Hipocrisias e discursos dentro destes movimentos são os pontos principais do foco de seu trabalho.

(Fonte: orkut)

(Fonte: orkut)


Segundo Tinkebell seu foco é o uso do grotesco para chamar a atenção para a verdade do nosso comportamento. Ela indaga: “Qual é a diferença se uma cobra está sendo morta para a confecção de botas de couro, ou se uma vaca está sendo morta, eviscerada e depois comida, ou ainda se pintos machos, que iam ser mortos de qualquer maneira em uma casa de abate por meio de gaseamento ou outro método, são simplesmente submetidos a um triturador? Qual a diferença de você dar ao seu filho um coelho de estimação ou simplesmente dar-lhe um verdadeiro coelho, morto de pelúcia? Qual é a razão de se conseguir um hamster se você só vai interagir com ele através de uma bola de plástico ou gaiola? Para mim os animais são objetos”.

(Fonte: orkut)


Tinkebell concluiu que suas ações não são piores do que a de abatedouros de carne, de laboratórios de pesquisa, de fábricas de criação de pets (que são comprados e vendidos por PetSmarts) ou do que seres humanos que reproduzem animais em gaiolas para venda. Tudo bem que suas comparações são mesmo equivalentes às suas ações, entretanto, não é porque vemos algumas pessoas andando tortas que vamos nos entortar também. Se você usa o maltrato contra animais como artifício para fazer maldade aos mesmos, então você poderia usar a mesma lógica para maltratar um ser humano, já que é uma coisa que também acontece em nossa realidade. Se começarmos a enxergar atitudes como essa como se fosse uma coisa normal, vai chegar um ponto onde histórias como a do filme “O Albergue”, onde ricaços pagam para torturar pessoas, vai se tornar uma coisa banal na cultura humana.


(Fonte: orkut)


Ela matou seu próprio gato e o converteu em bolsa, porque segundo ela "adora moda" (Fonte: orkut)

E o que dizer sobre o fato dessa moça utilizar a arte como desculpa para satisfazer o seu egocentrismo masoquista? Sabemos que a arte é uma forma de expressão que atinge o espectador das formas mais inusitadas possíveis. Algumas obras causam admiração, outras causam repúdio, tudo depende do objetivo do artista. Mas será que no campo da arte tudo é mesmo possível. Não há limites para o bom senso? Há um tempo atrás uma artista plástica norte-americana gerou polêmica ao engravidar repetidas vezes para abortar logo em seguida e usar isso como forma de expressão de arte. Qual o propósito disso, já que mais parece uma forma desesperada de chamar atenção da mídia para si?


(Fonte: eucom-isso)

(Fonte: orkut)

As ONGs que criticaram a obra de Tinkebell ganharam o reforço de um partido político que condena a obra, intitulada “Popple”, e a chama de "arte extrema". A parlamentar Esther Ouwehand criticou a exposição: "É repugnante! ultrapassa o limite do aceitável".Mas para a ‘patricinha’, esse será apenas um protesto contra o modo que os animais são tratados e contra a obsessão de criar seres perfeitos através de manipulação genética, acredite se quiser.




terça-feira, 26 de julho de 2011

A Maré Vermelha – Parte III – Ondas vermelhas no Brasil e chuvas coloridas na Índia

A última grande maré vermelha que ocorreu no Brasil foi na Baía de Todos os Santos, Bahia, em abril de 2007, resultando no maior desastre ambiental já registrado na região. Foram mortos cerca de 50 toneladas de mariscos e peixes, afetando diretamente as atividades econômicas da população dessa região.
Foram convocados 3 laboratórios para fazer análises na água contaminada e foi constatada a proliferação de algas marinhas tóxicas que foram responsáveis pelo acidente ambiental que dizimou os peixes e os mariscos por asfixia. Os cientistas acreditam que tal evento tenha ocorrido por conta da poluição da Baía de Todos os Santos.

(Fonte: oglobo)


Por conta dessa tragédia a pesca foi proibida até o final de maio do mesmo ano. A determinação foi dada pelo Insituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Por essa razão, o prejuízo para os pescadores foi arrasador, pois ocorreu justamente no período da Semana Santa, um dos mais lucrativos do ano para esses trabalhadores. Com os barcos parados eles ficaram desorientados e dependentes de recursos financeiros vindos do governo federal, como cestas básicas e seguro-defeso (uma espécie de seguro-desemprego). As marisqueiras entregaram seus produtos em troca de uma indenização (normalmente elas recebem de R$ 2 a R$ 6 por quilo do marisco). Foi quando o governo do Estado pagou pelos animais que haviam sido retirados das águas antes da proibição do Ibama.
No fim, todos os peixes e mariscos que morreram foram retirados gradualmente das águas e incinerados no aterro sanitário de Salvador.

(Fonte: oglobo)


Para evitar novos desastres ambientais do tipo, os cientistas vêm aperfeiçoando técnicas de monitoramento capazes de prever quando e onde ocorrerão novos episódios. Tal acompanhamento permite que se conheça melhor o funcionamento do fenômeno para que, algum dia, possamos abrandar ou até evitar os problemas causados pela maré vermelha.

Chuvas coloridas na Índia?



No período de 25 de julho a 23 de setembro de 2001, a chuva que se precipitou no sul da Índia chamou a atenção da população local por apresentar uma cor avermelhada. O mais curioso é que as chuvas que se sucederam não só apresentavam essa coloração, como também a coloração amarela, a verde e a preta.


(Fonte: keroalves)

Muitos atribuíram as chuvas a maldições, milagres, poderes divinos entre outras teorias. Tal assunto também remete à famosa chuva de sangue que, inclusive, já foi abordada no blog, no artigo sobre chuva de animais. Nele cita que uma chuva vermelha ocorrida em Londres, na década de 60, tingiu a cidade de vermelho. Muitos acreditavam que fosse chuva de sangue, mas uma análise científica em uma coleta dessa água mostrou que era na verdade grãos de areia que se deslocaram através de nuvens provenientes de tempestades no Saara.


(Fonte: folha.uol)

No caso da Índia, uma análise feita por cientistas locais mostrou que, na verdade, a chuva tinha sido “colorida” pelos esporos de algas, que se espalharam no ar, num processo semelhante ao da maré vermelha. Esta hipótese entretanto, foi contestada pelo físico Godfrey Louis que, em 2006, apresentou novos estudos a respeito desse caso, revelando que na água continha glóbulos vermelhos, sem presença de DNA (mas isso é assunto para um outro artigo) .Esse fenômeno não foi um caso isolado pois, ainda em 2006, na cidade de Kerala, a atenção de todos voltou-se novamente para o surgimento de mais uma chuva colorida que veio para instigar a imaginação dos moradores da região. Muito provavelmente surgida pelo mesmo processo das chuvas que ocorreram na Índia.


            A Maré Vermelha – Parte I – A ação das pirrófitas na formação de gigantescas manchas coloridas na água do mar


            A Maré Vermelha – Parte II – O desastre do impacto ambiental na vida do homem e dos seres marítimos

sexta-feira, 22 de julho de 2011

A Maré Vermelha – Parte II – O desastre do impacto ambiental na vida do homem e dos seres marítimos

A floração de microalgas durante a maré vermelha pode representar uma série de ameaças ao ambiente marinho e ao homem. Em 1962, na África do Sul, por exemplo, uma floração de dinoflagelados provocou a morte de mais de 100 toneladas de peixes devido ao entupimento de suas brânquias. Como se não bastasse esse problema, algumas espécies de algas que podem se multiplicar durante a maré vermelha são parasitas de peixes, alimentando-se de seus tecidos e provocando sérias lesões em seus corpos.

Peixes mortos pela maré vermelha (Fonte: pt.wikipedia)


A maré vermelha pode causar ainda a queda na qualidade da água do mar, pela diminuição da concentração de oxigênio nela dissolvido. Esta diminuição pode ocorrer por dois motivos. Um deles é a redução na taxa de fotossíntese de algas marinhas devido ao sombreamento provocado pelas manchas formadas pelas gigantescas populações de algas, impedindo que os raios luminosos penetrem na coluna d'água. O outro motivo para a redução do oxigênio na água do mar ocorre devido ao grande número de bactérias decompositoras que se alimentam dos dinoflagelados mortos e consomem o oxigênio. Existem registros de casos em que lagostas se arrastam para fora da água, numa busca desesperada por oxigênio, e acabam morrendo nas praias ou costões rochosos.
Outra característica dos dinoflagelados é a capacidade de produzir algumas toxinas que estão entre os mais poderosos venenos conhecidos. O envenenamento pode ocorrer de forma direta ou indireta, matando peixes e outros organismos marinhos. No caso de alguns moluscos, como os mexilhões e as ostras, as toxinas não são capazes de afetá-los diretamente. No entanto, por serem organismos que filtram a água do mar, retirando dela seu alimento, podem acumular algas nocivas e, conseqüentemente, intoxicar indiretamente animais que deles se alimentem, como pássaros, mamíferos marinhos e até o ser humano.

(Fonte: ocaosambiental)


Por essa razão, as pessoas que vivem em regiões afetadas pela maré vermelha, de onde esses moluscos são provenientes, devem evitar o seu consumo. Alguns dos tipos de envenenamento indireto, provocado pela ingestão de moluscos contaminados, que podem atingir o homem são a paralisia por envenenamento, o envenenamento amnésico e o envenenamento diarréico.
Tipos de envenenamento pelas algas da maré vermelha
A paralisia por envenenamento foi descoberta em 1700 e é responsável pela morte de centenas de pessoas nos últimos 300 anos. As toxinas que provocam paralisia atuam no sistema nervoso da vítima e, portanto, são chamadas de neurotóxicas. Dependendo da concentração da toxina, a ingestão de um único molusco contaminado pode ser fatal para o homem.
O primeiro sintoma desse tipo de envenenamento é a sensação de ardência ou formigamento nos lábios, na língua e nas pontas dos dedos. Em seguida, ocorre a dormência dos braços, do pescoço e das pernas, tonturas, descontrole muscular e dificuldade para respirar. Após um período que varia de duas horas a um dia, pode ocorrer a morte por insuficiência respiratória.
(Fonte: academicos10)

Existem 2 tipos de envenenamento por moluscos contaminados: o diarréico e o amnésico. O primeiro provoca intensa diarréia, enjôos, vômitos, dores de estômago, tremores e calafrios. Estes sintomas costumam desaparecer em cerca de três a quatro dias e, geralmente, não levam à morte. O segundo foi observado pela primeira vez em 1987, no Canadá, após três mortes e diversos casos de intoxicação grave devido à ingestão de moluscos contaminados. Os principais sintomas desta intoxicação são: dores abdominais, vômito, confusão mental e perda de memória.

(Fonte: salvemmaeterrarosyluzes)


As toxinas produzidas pelas algas também podem ser levadas para o ar através dos respingos das ondas e do vento, causando ardor e secura nos olhos, tosse, irritações na pele e dificuldade de respirar. Estes sintomas desaparecem em poucos dias e não são perigosos.
A freqüência e a intensidade das ocorrências do fenômeno da maré vermelha vêm aumentando em todo o mundo. É possível que este aumento seja conseqüência da atividade humana. O despejo de esgotos não tratados no mar, por exemplo, provoca o aumento da matéria orgânica na água, aumentando a quantidade de nutrientes disponíveis, num processo conhecido como eutrofização. Essa elevação nos níveis de nutrientes, juntamente com o aquecimento global, proporciona condições ideais para a floração das microalgas envolvidas na maré vermelha.

(Fonte: g1.globo)


Como já foi dito, o fenômeno da maré vermelha é um acidente ecológico que ocorre com rara frequência. À primeira vista parece apenas uma relação ecológica de amensalismo (um tipo de relação desarmoniosa onde uma população inibe o desenvolvimento da outra) entre essas pirrófitas e esses peixes, aves e mamíferos marinhos que são mortos de forma indiscriminada e aleatória mas, nesses acidentes não se revela a intenção premeditada dessas pirrófitas em causar essa mortalidade generalizada pois na verdade elas não obtém nenhuma vantagem com todas essa mortes de seres que não competem com elas e nem lhes servem muito como alimento porque elas são autótrofas e não precisam matar para se alimentar, portanto as marés vermelhas são consideradas apenas como acidentes ecológicos que acontecem durante a reprodução sexuada de algumas pirrófitas que lançam nas águas enorme quantidade de zoósporos que possuem toxinas que são facilmente absorvidas pelos outros seres vivos, provocando o envenenamento das águas e ameaçando a sobrevivência de várias espécies.



            A Maré Vermelha – Parte I – A ação das pirrófitas na formação de gigantescas manchas coloridas na água do mar


            A Maré Vermelha – Parte III – Ondas vermelhas no Brasil e chuvas coloridas na Índia

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A Maré Vermelha – Parte I – A ação das pirrófitas na formação de gigantescas manchas coloridas na água do mar

A chamada ‘maré vermelha’ é um fenômeno natural que provoca manchas de coloração escura na água do mar. Essa mancha é formada a partir da aglomeração de algas microscópicas do tipo pirrófitas que estão presentes no plâncton marinho e crescem em excesso num processo conhecido como floração.

(Fonte: diogomax)


As algas responsáveis por esse fenômeno são seres unicelulares, aglomerados em número suficiente para produzir uma mudança de cor na água que se torna amarela, alaranjada, vermelha ou marrom, dependendo do tipo de alga. Isto ocorre porque estes microorganismos possuem como característica a presença de vários pigmentos como clorofilas (a) e (c) de cor verde, pigmento beta-caroteno que é amarelo e várias outras xantofilas que são alaranjadas e vermelhas, esses pigmentos estão sempre localizados em cromatóforos (células que sintetizam e armazenam pigmentos). Por essa razão o termo “maré vermelha” vem sendo substituído por “floração de algas nocivas” ou simplesmente “FAN”, pelo fato de nem sempre a água ficar com a coloração avermelhada.

Alga do tipo pirrófita (Fonte: jmelobiologia)


As algas envolvidas nesse processo são chamadas de dinoflagelados, entretanto, outros tipos de algas como as diatomáceas e as cianobactérias também costumam estar presentes. Os dinoflagelados são organismos unicelulares agrupados numa divisão das algas chamada de Pirrófita. Em grego, pirrófitas, do grego "pyrrhos", que em português significa fogo, ou cor de fogo, mais "phyta" que em português significa planta, no caso se referindo a plantas algas do mar portanto, literalmente "pirrófita" significa algas com cor de fogo, nome esse que se aplica a tais algas que realmente possuem essa "cor de fogo" e causam essas marés vermelhas. Esse nome também está relacionado à presença de pigmentos de coloração avermelhada no interior das células dessas microalgas.

(Fonte: bocaberta)


A maioria dos dinoflagelados realizam a fotossíntese, embora existam algumas poucas espécies heterótrofas, que se alimentam de matéria orgânica em decomposição ou são parasitas de outros organismos.
O fenômeno da maré vermelha pode acontecer tanto em água doce quanto em água salgada. Por essa razão surgem nomes como: Mar Vermelho, Lagoa Vermelha, e Rio Vermelho (que no Brasil existe em vários estados como Goiás, Paraná e Mato Grosso).

(Fonte: diogomax)


Crescimento expansivo da população de pirrófitas
A explosão populacional dessas algas pode ser explicada pela dissolução de nutrientes na água do mar, numa época em que existe também condições ideais de temperatura, salinidade e luminosidade, permitindo que os dinoflagelados elevem sua velocidade de reprodução.
Durante o processo de floração, cada dinoflagelado é capaz de se reproduzir cerca de um milhão de vezes no período de uma ou duas semanas, chegando a atingir concentrações de até 10 milhões por litro de água! Geralmente a reprodução se faz por simples divisão de um microorganismo que se divide em dois, sendo mais rara a reprodução sexuada mas, quando isso acontece, a reprodução se faz pela formação de zoósporos (esporos flagelados, produzidos por Oomicetos que são seres semelhantes a fungos). Um zoósporo é produzido por célula e esses seres unicelulares precisam se reunir, se agrupando nessas marés vermelhas para que seus únicos zoósporos não se percam e tenham maior chance de encontrar outro de sua espécie para que possa ocorrer a fecundação entre esses seres unicelulares. Portanto isso ocorre devido a fenômenos vinculados com a reprodução delas e não a fenômenos relacionados a outros seres vivos que nada têm a ver com elas mas que são acidentalmente intoxicados quando esses agrupamentos acontecem.

(Fonte: brasilescola)


Na próxima parte desse artigo tratarei justamente do lado negativo desse belo fenômeno, que mata milhares de peixes e outros seres vivos quando ocorre.



            A Maré Vermelha – Parte II – O desastre do impacto ambiental na vida do homem e dos seres marítimos


            A Maré Vermelha – Parte III – Ondas vermelhas no Brasil e chuvas coloridas na Índia

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Krampus - Uma besta a serviço do Papai Noel

Em muitas culturas, o Papai Noel é considerado um dos mais importantes símbolos do natal. Segundo alguns estudiosos a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. Este bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando próximo às chaminés das casas, saquinhos com moedas. Logo, não demorou muito para ele se transformar em santo (São Nicolau) após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a este senhor. Mais tarde, a associação da imagem de São Nicolau ao Natal, que aconteceu na Alemanha, espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.

Krampus (Fonte: wikipedia)

Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura. Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano.

(Fonte: xmaswithkrampus)


Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo.

Evolução do Papai Noel no decorrer da história (Fonte: rezairezairezai)


Atualmente, a figura do Papai Noel está presente na vida das crianças de todo mundo, principalmente durantes as festas natalinas. É o bom velhinho de barbas brancas e roupa vermelha que, na véspera do Natal, traz presentes para as crianças que foram obedientes e se comportaram bem durante o ano. Ele habita o Pólo Norte e, com seu trenó, puxado por renas, traz a alegria para as famílias durante as festas natalinas. Como dizem: Natal sem Papai Noel não é mesma coisa.

O lado negro do natal


(Fonte: nibrutsit)


O Papai Noel é conhecido por trazer em seu trenó brinquedinhos para as crianças boazinhas. Mas e quanto às crianças que não se comportaram bem, o que acontece com elas? Pois bem, um mito antigo dizia que o bom velhinho tinha um ajudante nada bondoso que tinha como missão dar um jeito nas crianças mais endiabradas. Seu nome era Krampus.


(Fonte: gothicteasociety)

Ele é uma criatura mitológica que acompanha Papai Noel durante a época natalina, segundo lendas de várias regiões do mundo. A palavra Krampus vem do alemão antigo Krampen, que significa ‘garra’. Nos Alpes, Krampus é representado por uma criatura semelhante a um demônio. Enquanto Papai Noel dá presentes para as crianças boas, o Krampus pune as más crianças. Esta criatura costumava carregar uma mochila com varas que serviam para bater nas crianças desobedientes.

(Fonte: gothicteasociety)


Há séculos atrás, a figura de Krampus era bastante popular nas aldeias alpinas. Mesmo possuindo uma face assustadora e surgindo para punir crianças, ele estava a serviço do Papai Noel, portanto era um sujeito do bem. Dessa forma eram as crianças más que tinham que se endireitar e seguir o exemplo das demais crianças boazinhas. O bom velhinho possuía total controle sobre esta criatura, podendo devolvê-la para as profundezas quando bem entendesse. Logo, enquanto uma criança boazinha ganhava uma lembrancinha de São Nicolau, uma criança má ganhava uma bela de uma surra. Imagine isso nos tempos de hoje? Você  fantasiar alguém de Papai Noel para dar presentes para os pimpolhos obedientes e fantasiar outra pessoa com uma fantasia demoníaca para atormentar os pimpolhos mais rebeldes? O pessoal dos direitos da criança e do adolescente ia descer o cacete no pobre Krampus!


(Fonte: gothicteasociety)

É bom lembrar que há alguns séculos atrás a tradição natalina não era como hoje, era algo que se assemelhava mais a um halloween. Nessa época, os lavradores faziam uma pausa em suas colheitas (completamente debaixo da neve) e festejavam, normalmente em 5 de dezembro.


(Fonte: gothicteasociety)

A figura de Krampus, por ter sido baseada em mitos pagãos acabou sendo perseguida pela igreja até ser praticamente extinta dos festejos tradicionais, pois consideravam sua imagem semelhante à do diabo. Foi apenas recentemente que a tradição da besta ajudante do Papai Noel foi retomada com o festejo de Krampus se tornando algo semelhante a um bloco carnavalesco. Estima-se que exista atualmente cerca de 180 “Blocos de Krampus”.

(Fonte: gothicteasociety)


Tradicionalmente, rapazes se vestem de Krampus nas duas primeiras semanas de dezembro, particularmente no anoitecer de 5 de dezembro, e vagam pelas ruas assustando crianças e mulheres com correntes e sinos enferrujados. Em algumas áreas rurais, a tradição também inclui surras aplicadas pelo Krampus, especialmente em garotas.

(Fonte: gothicteasociety)


As fantasias modernas de Krampus consistem em uma Larve (máscaras de madeira), pele de ovelha e chifres. A manufatura das máscaras artesanais demanda um esforço considerável, e vários jovens em comunidades rurais competem nos eventos do Krampus.
Em Oberstdorf, no sudoeste da parte alpina da Baviera, a tradição do der Wilde Mann ("o homem selvagem") é mantida viva. Ele é como o Krampus (exceto pelos chifres), veste peles e assusta crianças (e adultos) com suas correntes e sinos enferrujados, mas não é um assistente de São Nicolau.

(Fonte: cultureledger)

Seria interessante se a tradição de Krampus no natal surgisse por aqui também, porque o que existe de crianças encapetadas que precisam de um bom corretivo...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Turismo arriscado – Um passeio pelos lugares turísticos mais perigosos do mundo

Países como o Afeganistão, o Iraque e o Haiti, que frequentemente aparecem nos noticiários mundiais devido a conflitos, guerras e tragédias, também começam a ganhar destaque entre os destinos oferecidos por agências de viagens.
Companhias estrangeiras oferecem pacotes para grupos de corajosos, cansados dos cartões-postais tradicionais e abarrotados de turistas, que seguem uma tendência de conhecer lugares perigosos ou devastados por guerras.


(Fonte: urbanidades-madeira)

“Após anos de abandono, essas viagens estão sendo vistas como fonte de alegria e renascimento”, explica Hubert Debbasch, presidente da agência francesa Terre Entière, sobre os roteiros que sua empresa organiza, ao lado da Babel Tours, para o Iraque.

Como Sobreviver

Enquanto no Haiti os maiores riscos são de violência urbana (roubos, violência sexual, saques) no Iraque e no Afeganistão o medo maior é do terrorismo. Especializado em coberturas de conflitos armados, o jornalista canadense Robert Young Pelton lançou um site que dá dicas do que visitar e, principalmente, de como sair ileso das viagens.


(Fonte: noticias.r7)

O nome da página não é dos mais animadores, mas traduz o espírito desse tipo de turismo: comebackalive.com (“volte vivo”, em português).

Próxima parada...

AFEGANISTÃO

Até a década de 1970, antes dos conflitos com a antiga União Soviética e do domínio das milícias talibãs, o Afeganistão era um destino procurado. Centenas de jovens faziam a “trilha hippie”, ao norte de Cabul, que passa pelas montanhas Hindu Kush. Cenário de best-sellers como O Livreiro de Cabul e O Caçador de Pipas, a capital abriga hotéis luxuosos, como o cinco-estrelas Serena Hotels (http://www.serenahotels.com/) – que fica ao lado da Cidadela de Herat, construída por Alexandre, O Grande, 300 anos antes de Cristo.


Hindu Kush (Fonte: footballvideos)

Cidade de Herat (Fonte: mundodastribos)

Mesquita de Herat (Fonte: mais turismo)

O perfil do viajante, hoje, pós-11 de Setembro, é bem diferente dos jovens hippies. O país é considerado o destino mais perigoso do mundo para turistas, já que o seqüestro de estrangeiros  é usado como moeda de troca pelos rebeldes talibãs para suas exigências. Para os corajosos, no entanto, há recompensas em um país antigo, com herança cultural de cerca de três milênios. Entre as atrações, destacam-se a mesquita de Lashtar Gah, de mais de 500 anos; o minarete de Jam, no vale de Hari Rud, Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco; e os lagos do Parque Nacional de Band-e-Amir.


Vida boa, hein? (Fonte: oqueeufiznasferias)

Mesquita Azul (Fonte: oqueeufiznasferias)

Minarete de Jam (Fonte: giramundo-pernalonga)

Parque Nacional de Band-e-Amir (Fonte: firozalializada)


Agência que pode ser procurada para esse destino:

- Hinterland Travel (hinterlandtravel.com)


Próxima parada...

HAITI

Na época do terremoto que matou mais de 200 mil pessoas no Haiti, em 2010, jornais noticiaram que, em praias afastadas das regiões mais destruídas, centenas de turistas tranqüilamente aproveitavam suas férias em meio ao caos. A ideia de turismo no Haiti ainda é essa, já que, apesar da (lenta) reconstrução, as grandes cidades do país caribenho ainda são arriscadas e pouco atrativas para viajantes.


Praias caribenhas (Fonte: 01centralamerica)

Praias caribenhas (Fonte: 01centralamerica)

O jeito é aproveitar as belezas com risco e preços minimizados – cerca de 50% menores que em países vizinhos. Praias desertas como Labadee, resorts protegidos (Dan’s Creek e El Rancho são boas pedidas) e cruzeiros são as melhores opções.


Labadee (Fonte: miami-cruise)

Labadee (Fonte: flickr)


Agência que pode ser procurada para esse destino:

- Royal Caribbean (royalcaribbean.com.br)


Próxima parada...

IRAQUE

A terra do falecido Saddam Hussein fica na região considerada o berço da civilização, a Mesopotâmia, nascida por volta de 4.000 a.C. Por isso, apesar da destruição causada pelos conflitos armados, muitos sítios arqueológicos seguem parcial  ou totalmente preservados.


Mesquita (Fonte: turismo.culturamix)

Kifl (Fonte: ultimosegundo)

Os jardins suspensos do rei Hamurabi, na Babilônia, começaram a ser restaurados para atrair turistas para um país que, décadas atrás, tinha fama de hospitaleiro.
A região do Curdistão, ao norte, é a mais procurada, tanto por sua relativa paz e estabilidade como por sua paisagem montanhosa e cidades históricas. A capital curda, Erbil, mescla prédios novos com centenários.


Erbil (Fonte: nowpublic)

Grande Mesquita de Erbil (Fonte: en.wikipedia)


Agência que pode ser procurada para esse destino:

- Babel Tours (babeltours.com)
- Hinterland (hinterlandtravel.com)
- Terre Entière (terreentiere.com)
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