segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A Síndrome de Koro: O dia em que meu peru sumiu!

Imagine que num certo dia você esteja num bar com amigos bebendo dezenas de latas de cerveja. É natural que mais cedo ou mais tarde vá lhe bater aquele aperto forte e a necessidade imediata de esvaziar a bexiga. Você vai correndo até o banheiro e despeja ‘litros’ no mictório. Depois de passado o alívio você percebe que algo estranho está acontecendo. Seu ‘peru’ parece estar reduzindo de tamanho até chegar num ponto onde ele desaparece por completo. Você fica louco, desesperado e não sabe se você corre para um hospital ou se mata logo. Eis a Síndrome de Koro.


Cadê o meu peru? (Fonte: entretenimento.r7)

Também conhecida como Síndrome da Redução Genital, Síndrome de Jinji Bemar e Síndrome de Suk Yeong, ela se caracteriza pelo medo obsessivo e ansiedade intensa diante da retração natural do pênis (no caso dos homens) ou da vulva e dos mamilos (no caso das mulheres). Porém, o medo de ver seus órgãos retraindo-se não é o problema, e sim a crença de que esta redução prosseguirá até que os órgãos desapareçam e o indivíduo morra (no caso dos asiáticos) ou que seu pênis seja simplesmente furtado (no caso dos africanos). Então, no caso de um homem que seja portador dessa síndrome, o seu órgão sexual continuará retraindo até desaparecer, penetrando de volta na cavidade abdominal e ocasionando o óbito do sujeito (por ter sido perfurado pelo próprio pênis!).
A palavra Koro é de origem malaia e significa cabeça de tartaruga (uma clara referência à habilidade da tartaruga ser capaz de retrair sua cabeça para dentro do casco, fazendo com que ela desapareça completamente). E é justamente isso que o acometido pela Síndrome de Koro sente. Entretanto, não existe nenhuma evidência biomédica ou etiologia da doença, logo o problema parece tratar-se na verdade de uma paranóia ou histeria de origem cultural, sendo que, a maioria dos casos registrados é originária da Ásia e da África. Na Malásia e no Sul da China, onde muitos casos já foram registrados, o problema é conhecido como yang sou e parece ter outra característica peculiar: é contagioso! Mas não no sentido de se transmitir via oral, ou pela relação sexual, e sim pela contaminação da obsessão em outros indivíduos, causando uma espécie de histeria coletiva.


(Fonte: bigodedegato)

Os primeiros registros dessa síndrome datam de 1880, em 3 publicações: uma americana, uma russa e outra inglesa. Vejamos alguns exemplos de episódios de Koro pelo mundo:
- Em 1908, um relatório francês descreveu alguns casos de retração genital, em epidemias ocorridas na China. Entretanto as descrições de Koro entrariam para os livros clínicos da medicina Ocidental apenas em 1936. Em 1950 a síndrome é anotada e psiquiatria e diagnóstico nosológico;
-Um dos episódios mais peculiares envolvendo esta síndrome ocorreu em Cingapura, em 1967, durante dez dias, quando centros de saúde locais foram invadidos por centenas de homens que acreditavam que seus pênis estavam sumindo. Jornais locais inicialmente relataram que algumas pessoas desenvolveram Koro após ingerirem carne suína inoculada com vacina  antigripe suína. Os rumores relativos ao fato do Koro ser transmitido por carne de porco se deram após um relatório que dizia que um porco tinha morrido de retração peniana. Os casos notificados foram ao todo 97 em uma única unidade hospitalar no mesmo dia, cinco dias após a notícia original. No fim, o Governo e os médicos aliviaram a população por meio da mídia;

(Fonte: biogalera)

- No ano de 1976, um surto epidêmico no norte da Tailândia causou pelo menos 350 casos da síndrome, sendo que a maioria em homens. Dessa vez o surto, acreditou-se, foi causado pela comida vietnamita  e por tabaco envenenado, durante um ataque hediondo contra o povo tailandês;
- Em 1982, um episódio da epidemia de Koro abateu-se sobre o norte da Índia, atingindo as camadas mais pobres da região. Não foi registrada nenhuma evidência de psicopatologia pré-mórbida significativa ou sexual na maioria dos casos;
- No final de 1996 em alguns países do oeste da África houve um relato de uma epidemia de redução genital. As vítimas acreditavam que tiveram seus órgãos roubados por alguém com quem tiveram algum contato. Essa ideologia se dava pela crença ocultista local, a ‘feitiçaria de juju’, onde esses órgãos eram usados para alimentar o que eles chama de organismo espiritual. A epidemia começou na Nigéria e em Camarões e espalhou-se para Gana, Costa do Marfim e Senegal, em 1997;


(Fonte: pt.wikinoticia)

- Nessa mesma época, em Benin, foram notificados alguns casos de quadrilhas que atacavam indivíduos acusados de roubo de pênis, sendo necessária a intervenção das forças de segurança para coibir a violência.
- O único caso registrado no Brasil foi de um homem que tentou se matar com duas facadas no abdômen, enquanto afirmava que seu pênis estava entrando para dentro do corpo. O registro foi feito pelo Instituto de Psiquiatria da USP.
Agora vamos tentar entender o que se passa na cabeça de um sujeito com esse problema. Como o cara pode imaginar que o ‘peru’ dele desapareceu se ele ainda continua lá diante dos olhos dele? Existem fatores que predispõe o indivíduo a acreditar nisso:

Exposição ao frio

É sabido que no frio os genitais, assim como os mamilos tendem a estarem mais retraídos que o normal dando a impressão de que deu uma encolhida. Logo, o cara, num ambiente frio, ao abaixar as calças e ver somente o ‘cotoco de fora’, pode acreditar que seu pênis possa estar desaparecendo de verdade.

Coito Excessivo

Bom, essa eu não consegui imaginar a relação com a redução dos genitais. Imagino que a neura surja após a diminuição de circulação de sangue no órgão, fazendo com que ele reduza para o seu tamanho normal.

Conflitos Interpessoais

Um relacionamento instável, com muitas reclamações sobre o desempenho sexual e o tamanho do órgão genital seria um bom exemplo.

Pressões Sócio-culturais

Aqui temos a necessidade de se encaixar nos padrões exigidos pela sociedade. Grande parte dos homens não está muito satisfeita com o tamanho de seu órgão genital e gostaria de aumentar alguns centímetros a mais. Mesmo sabendo que o desempenho é que faz a diferença, não ter um pênis tão grande quanto o daquele ator pornô bagaceiro pode trazer alguns traumas durante a interação sexual de uma pessoa com outra.


(Fonte: matutando2)

Na tentativa de resolver o problema, muitos apelam para medidas nada ortodoxas como amarrar o pênis com um cordão, prender uma caixa de madeira em torno do pênis, colocar talas, usar remédios fitoterápicos ou puxar com bastante força para evitar que o órgão não diminua.
            O tratamento geralmente apresenta remissão, sendo raramente de curso crônico. Entretanto, é preciso ressaltar que, principalmente em casos em que a síndrome está ligada a alguma psicopatologia, como transtornos psicóticos, o portador da síndrome deve ser acompanhado por psiquiatras, pois ao tentar resolver o problema sozinho, ele pode acabar incorrendo em amputações ou outros acidentes graves.
Assim,  se um dia você acreditar que seu pênis está sumindo do seu corpo ou te perfurando por dentro, fique relaxado, pois não passa apenas de mais uma bizarra alucinação causada por uma dessas síndromes incomuns.

3 comentários:

Tiago Sabino disse...

hahaha... muito bom esse artigo. Me faz lembrar desse vídeo aqui: http://www.youtube.com/watch?v=40DKL2CYn7w do menininho perguntando pro pai cadê o pinto...

Unknown disse...

Muito bom hehe. Acho que esse menininho já deve ter nascido com a síndrome de Koro!

ANDROPENIS disse...

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